Sporting deu três firmes Paços em frente na Taça de Portugal
Tiago Tomás marcou e assistiu, Tabata fez magia (ambos marcaram pontos na luta pela titularidade) e João Palhinha foi, uma vez mais, o “rei do jogo”. Já o Paços de Ferreira deixou uma imagem mais pálida do que tinha feito frente ao Benfica.
Paciência no início, arte e engenho depois disso – quando houve espaço para tal – e maturidade a fechar. Com estas três premissas, o Sporting garantiu, nesta sexta-feira, a passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal.
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Paciência no início, arte e engenho depois disso – quando houve espaço para tal – e maturidade a fechar. Com estas três premissas, o Sporting garantiu, nesta sexta-feira, a passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal.
A equipa “leonina” venceu o Paços de Ferreira em Alvalade, por 3-0, num jogo em que começou por ser bem anulada por um adversário com a lição bem estudada. Mas teve paciência. Depois disso, teve arte.
E se quem conjuga paciência e arte consegue marcar golos, quem lhe junta maturidade consegue segurar os resultados. Foi disto que se fez o triunfo da equipa de Rúben Amorim, que viu o jogo da bancada, devido a castigo.
Paços foi “às aulas”
A primeira parte teve nuances tácticas bastante interessantes e que influíram no resultado que se construiu. O Paços, com a lição teoricamente bem estudada, optou por “dar de borla” a construção dos três centrais do Sporting, optando por bloquear a entrada da bola nos médios e nos laterais. Opção com lógica, sabendo-se da dificuldade dos centrais “leoninos” na criação, numa construção de jogo cada vez mais alicerçada em João Mário e nos laterais Porro e Nuno Mendes.
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Esta forma de pressionar do Paços – diferente da que fez, por exemplo, frente ao Benfica – condicionou a primeira fase de construção do Sporting, que várias vezes optou por esticar rapidamente o jogo, por falta de soluções.
Aos 26’, já depois de um remate de Porro aos 11’ e de Coates aos 16’, toda esta narrativa perdeu validade. Pelo menos, em parte. Coates foi “dado de borla”, como já estava a ser, mas, desta feita, conseguiu fazer um passe vertical para Nuno Santos.
O Paços estava a cobrir bem o espaço e o passe do central dificilmente entraria pelo chão, mas o problema para os nortenhos é que Coates surpreendeu com um passe tenso a meia-altura, de intercepção complicada, ao qual Nuno Santos respondeu com um toque de cabeça que isolou Tiago Tomás. O jovem avançado correu, aguentou a carga e finalizou com tremenda qualidade, colocando a bola no ângulo superior da baliza de Jordi.
E a receita repetiu-se aos 37’, quando Coates, com um passe em tudo semelhante, conseguiu “chamar” Nuno Santos na mesma zona entre linhas. O ala, com a bola a meia-altura, soltou Nuno Mendes, mas a jogada acabou com má definição.
Nos últimos minutos da primeira parte, depois de um lance em que João Amaral quase rematou em boa posição (valeu Coates), notou-se claramente uma quebra física no Paços. A pressão até então (bem) feita com ocupação do espaço passou a ser feita individualmente, focada no portador da bola, e os jogadores do Paços começaram a chegar permanentemente atrasados.
E foi nesta fase que o Sporting conseguiu activar os criativos com maior frequência, fazendo até um par de jogadas bonitas, com triangulações. Uma delas, aos 41’, acabou com remate de Tabata por cima, em zona frontal.
Pouco depois, o cenário repetiu-se. Os jogadores do Paços voltaram a descoordenar e individualizar o processo defensivo e deixaram o jogo no plano do um contra um. Tiago Tomás mostrou um bom pormenor técnico e assistiu Tabata, que fez ainda melhor: remate em arco, de pé esquerdo, sem hipótese para Jordi.
E este golo não surpreendeu ninguém, já que esta é uma marca de assinatura do extremo brasileiro, que tantas vezes fez tentativas e golos semelhantes no Portimonense.
Segurar com maturidade
Na segunda parte, o Sporting, confortável no seu 2-0, entregou o domínio do jogo ao Paços. E esse era um presente envenenado, já que a equipa de Pepa está longe de estar confortável em ataque posicional – é, isso sim, uma equipa de transições que não faz questão de ter a bola durante muito tempo (os dados estatísticos de posse e passes comprovam-no).
Nos momentos em que teve a bola, o Sporting “congelou” o jogo, ganhou faltas e fez os cada vez mais desgastados “castores” correrem atrás da bola.
Se algo mais faltasse para fechar o jogo, o duo de “Joões” do meio-campo “leonino” trataram do assunto: num livre, Mário cruzou e Palhinha cabeceou. Tiago Tomás ainda falhou bons lances aos 71’ e 84’ e Sporar aos 76’, mas pouco mais se passou a partir do 3-0.
Por fim, uma pergunta: alguém se lembrou de Pedro Gonçalves, melhor marcador do Sporting na temporada, ausente neste jogo? Provavelmente, não. E este é o maior elogio à forma como as ideias de Rúben Amorim deixaram de estar dependentes das individualidades, num jogo em que João Mário, Nuno Mendes e Porro, tão importantes na construção de jogo, até começaram por ser bem anulados.