Como se compõe o retrato de uma pessoa que morreu? Quase sempre, escolhemos ir encaixando peças de um puzzle: como nasceu, que interesses teve, com quem viveu e como ocupou a vida, por que razão falamos sobre ela. Mas por vezes estamos perante um puzzle com demasiadas peças, com peças perdidas. Outras vezes é um mistério. Pensemos nos dois corpos de Pompeia agora encontrados, quase dois mil anos depois da erupção: são corpos em movimento, apesar de petrificados; neles reconhecemos tantos outros corpos em cinzas que fomos vemos ao longo do filme da História; estes, contudo, são estranhamente belos. Um corpo está sempre em movimento, senão é pedra e cinza. Em ambas as circunstâncias, um enigma.
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Como se compõe o retrato de uma pessoa que morreu? Quase sempre, escolhemos ir encaixando peças de um puzzle: como nasceu, que interesses teve, com quem viveu e como ocupou a vida, por que razão falamos sobre ela. Mas por vezes estamos perante um puzzle com demasiadas peças, com peças perdidas. Outras vezes é um mistério. Pensemos nos dois corpos de Pompeia agora encontrados, quase dois mil anos depois da erupção: são corpos em movimento, apesar de petrificados; neles reconhecemos tantos outros corpos em cinzas que fomos vemos ao longo do filme da História; estes, contudo, são estranhamente belos. Um corpo está sempre em movimento, senão é pedra e cinza. Em ambas as circunstâncias, um enigma.