Descobertos em Moçambique achados dos primeiros vertebrados da idade dos dinossauros
Equipa internacional descreve a descoberta dos fósséis moçambicanos em revista de paleontologia sul-africana.
Fósseis dos primeiros animais vertebrados, com cerca de 245 milhões de anos, da era dos dinossauros, foram descobertos em Moçambique, segundo um estudo publicado agora na revista científica sul-africana Palaeontologia Africana, podendo surgir achados de dinossauros.
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Fósseis dos primeiros animais vertebrados, com cerca de 245 milhões de anos, da era dos dinossauros, foram descobertos em Moçambique, segundo um estudo publicado agora na revista científica sul-africana Palaeontologia Africana, podendo surgir achados de dinossauros.
O português Ricardo Araújo, o autor principal do artigo, anunciou à agência Lusa que a equipa de oito investigadores descreve a descoberta de “várias partes de crânios e esqueletos fragmentados de dicinodontes Lystrosaurus”.
Os achados descobertos na última expedição, ocorrida entre Setembro e Outubro de 2019, foram estudados e agora validados pela comunidade científica, com a publicação do artigo. Os fósseis datam de há cerca de 245 milhões de anos, do período do Triásico, em que começaram a surgir os primeiros dinossauros.
“Com esta descoberta, temos os primeiros vertebrados da história da vida na Terra em Moçambique” desde o início da era dos dinossauros, sublinhou Ricardo Araújo, paleontólogo do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Os achados, acrescentou o investigador, “vão abrir a janela para a descoberta de dinossauros em Moçambique”.
Para o paleontólogo, a descoberta coloca ainda “Moçambique no mapa do estudo sobre a extinção de 95% dos seres vivos existentes no planeta, ocorrida na transição do Pérmico para o Triásico”.
“Na altura em que os ancestrais dos mamíferos viveram estava tudo dizimado e nas rochas onde estes achados foram encontrados há sinais dessa extinção em massa”, explicou.
O artigo científico é ainda assinado pelos norte-americanos James Crowley (Universidade Estadual de Boise, nos EUA) e Kenneth Angielczyk (Museu de História Natural de Chicago, nos EUA), pelos ingleses Roger Smith (Universidade de Witwatersrand, na África do Sul) e Stephen Tolan (Centro de Educação de Vida Selvagem de Chipembele, na Zâmbia) e pelos moçambicanos Dino Milisse (Museu Nacional de Geologia de Moçambique) e João Mugabe (Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique).
Em África, os Lystrosaurus são sobretudo conhecidos na África do Sul.