Advogados de Ghislaine Maxwell denunciam abusos no centro de detenção
A equipa de defesa de Ghislaine Maxwell pretende apresentar um novo pedido de fiança, para que a socialite aguarde o julgamento em liberdade.
A socialite Ghislaine Maxwell, acusada de crimes de tráfico sexual relacionados com o magnata Jeffrey Epstein, está a ser tratada da mesma forma que outras reclusas no estabelecimento em Brooklyn, informou a agência federal que regula as prisões, rejeitando as alegações dos advogados da mulher que afirmam que a mesma tem sido sujeita a condições indevidamente restritivas.
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A socialite Ghislaine Maxwell, acusada de crimes de tráfico sexual relacionados com o magnata Jeffrey Epstein, está a ser tratada da mesma forma que outras reclusas no estabelecimento em Brooklyn, informou a agência federal que regula as prisões, rejeitando as alegações dos advogados da mulher que afirmam que a mesma tem sido sujeita a condições indevidamente restritivas.
Os advogados da agência confirmaram, numa carta divulgada na segunda-feira, que a britânica de 58 anos “continua de boa saúde” apesar de um surto de covid-19 no Centro Metropolitano de Detenção, acrescentando que lhe são servidas três refeições normais por dia e que a mulher mantém o seu peso, cerca de 60 quilos. Além disso, no estabelecimento, Ghislaine Maxwell tem acesso a momentos recreativos, a computadores e a televisão, podendo trabalhar na sua defesa durante grande parte do dia.
Tudo normal, mas contrário às alegações da equipa de defesa de Ghislaine Maxwell, que foi detida em Julho, quando se declarou inocente face às acusações de ter ajudado o falecido financiador Jeffrey Epstein a recrutar e abusar de raparigas menores de idade nos anos 1990 e também quanto à acusação de perjúrio, por, sob juramento, ter negado o seu envolvimento em qualquer esquema. Os advogados queixam-se de tratamento desigual, dizendo que a mulher tem sido “procurada de forma excessiva e invasiva”, e acordada a cada 15 minutos para garantir que está viva. Recorde-se que Jeffrey Epstein foi encontrado morto na sua cela e tendo as autoridades concluído que terá cometido suicídio.
O gabinete responsável pelo funcionamento dos estabelecimentos prisionais diz que os detidos "estão sujeitos a buscas, incluindo scanners corporais”, e que os funcionários da cadeia de Brooklyn verificam as celas durante a noite com lanternas “para garantir que os detidos ainda respiram e que não estão em perigo”.
No entanto, os advogados de Ghislaine Maxwell consideram que a sua cliente está a ser alvo de um comportamento abusivo e “deverão apresentar até terça-feira um novo pedido de fiança à juíza distrital dos EUA, Alison Nathan”. Em Julho, após ter sido detida em New Hampshire, onde se encontrava escondida, o tribunal concordou com os procuradores de que existia um risco substancial de fuga e a fiança foi recusada.
O julgamento de Ghislaine Maxwell, que enfrenta até 35 anos de prisão efectiva, está agendado para Julho de 2021.