Açores: Cerca sanitária em Rabo de Peixe prolongada. “É expectável que sejam identificados mais casos”
Foram identificados 119 casos positivos na testagem em massa à população. Ao PÚBLICO, o director regional da Saúde alerta para a possibilidade de serem identificados novos casos nos próximos dias.
A vila de Rabo de Peixe, nos Açores, vai ficar isolada mais cinco dias face à data inicialmente prevista, devido ao número de casos de covid-19 identificados. O Governo Regional vai prolongar a cerca sanitária de Rabo de Peixe até às 23h59 de 13 de Dezembro, confirmou ao PÚBLICO o director regional da Saúde, Berto Cabral. Anteriormente, aquando do anúncio da medida, a cerca sanitária estava prevista vigorar até 8 de Dezembro.
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A vila de Rabo de Peixe, nos Açores, vai ficar isolada mais cinco dias face à data inicialmente prevista, devido ao número de casos de covid-19 identificados. O Governo Regional vai prolongar a cerca sanitária de Rabo de Peixe até às 23h59 de 13 de Dezembro, confirmou ao PÚBLICO o director regional da Saúde, Berto Cabral. Anteriormente, aquando do anúncio da medida, a cerca sanitária estava prevista vigorar até 8 de Dezembro.
A extensão é justificada com o número de casos detectados em Rabo de Peixe nos últimos dias, resultado de uma testagem em massa a toda a população da vila. Em cerca de sete mil testes, foram entretanto detectados 119 casos positivos na freguesia com maior número de casos de covid-19 nos Açores, 204.
“Quando se faz uma identificação de tantos casos assim é natural que existam alguns contactos próximos de alto risco que ainda não testaram positivo”, diz ao PÚBLICO o director regional da Saúde, explicando que os contactos próximos vão ser testados, mesmo que tenham dado negativo anteriormente. “É expectável que venham a ser identificados mais alguns casos”. E, por isso, a cerca sanitária vai servir para “reduzir ao máximo a circulação para evitar que o vírus seja levado para outras zonas”, salienta.
Durante três dias da semana passada, de sexta a domingo, toda a população de Rabo de Peixe foi convidada a ser testada à covid-19, através de testes rápidos, numa operação que envolveu 230 profissionais, entre médicos, enfermeiros, bombeiros e forças de segurança. Agora, é tempo de rastrear o contexto dos casos positivos.
“O que irá acontecer agora é o que acontece sempre que é identificado um caso positivo, ou seja, fazer a investigação epidemiológica para perceber os contactos de alto risco que um positivo possa ter tido e testar essas pessoas”, refere Berto Cabral.
Medidas mais restritivas
Além do prolongamento da cerca sanitária, serão implementadas medidas mais restritivas para conter o surto na freguesia. Se a permanência na via pública já era proibida e as escolas já estavam encerradas, a partir de terça-feira os restaurantes e cafés vão estar limitados ao funcionamento por take-away – quando antes podiam estar abertos até às 20h. “Também temos de restringir medidas dentro da própria freguesia. É preciso perceber o contexto social”.
Também devido ao contexto social daquela vila piscatória, dez pessoas foram reencaminhadas para unidades de alojamento turístico. Um trabalho feito em parceria com as assistentes sociais, que “já fazem o acompanhamento dessas famílias ao longo dos anos”, tratando-se, em muitos casos, de famílias numerosas que chegam a ter dez pessoas a residir na mesma casa.
Em outras situações, quando constatado que era possível manter o “isolamento dos positivos”, foram dadas “instruções de higienização”. “Há casos em que foi imprescindível dar seguimento para estruturas de alojamento que já tínhamos preparadas, noutros casos foi preciso alguma pedagogia as famílias que tinham condições para ficar em casa, mas mantendo os casos positivos isolados”.
Os Açores registam actualmente 488 casos positivos activos: 367 em São Miguel, 119 na Ilha Terceira, um no Pico e um no Faial. 721 pessoas já recuperaram e 19 já faleceram de covid-19 na região.