Santos Silva: “Não foi com estas eleições que se resolveu a crise política profunda que se vive na Venezuela”
Ministro dos Negócios Estrangeiros da União Europeia consideram que as eleições ganhas pelo partido no poder, mas com uma taxa de participação de pouco mais de 30%, “não cumpriram os requisitos mínimos” de transparência.
O ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva considerou esta segunda-feira, falando em nome da União Europeia, que ainda não foi desta que se resolveu “o impasse institucional” na Venezuela e que as eleições deste domingo, ganhas pelas forças aliadas do Presidente Nicolás Maduro e boicotadas por grande parte da oposição não foram transparentes, nem justas.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva considerou esta segunda-feira, falando em nome da União Europeia, que ainda não foi desta que se resolveu “o impasse institucional” na Venezuela e que as eleições deste domingo, ganhas pelas forças aliadas do Presidente Nicolás Maduro e boicotadas por grande parte da oposição não foram transparentes, nem justas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros referiu que os chefes da diplomacia da UE entenderam “que não foi com estas eleições que se resolveu o impasse institucional e a crise política profunda que se vive na Venezuela”.
“A declaração é muito clara quando assinala que, do nosso ponto de vista, as eleições realizadas ontem [domingo] na Venezuela não cumpriram os requisitos mínimos em termos de transparência, em termos de liberdade e em termos de justiça, de igual acesso das forças políticas às candidaturas devidas”, afirmou Santos Silva, à saída do Conselho de Negócios Estrangeiros, que reúne o conjunto dos chefes de diplomacia da UE.
“Por isso mesmo, renovamos a nossa posição relativa à necessidade de uma solução política pacífica e interna da crise política que passa pela realização de eleições livres, justas, transparentes e escrutináveis internacionalmente”, sublinhou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros salientou também que, durante a sua intervenção na reunião entre os ministros, especificou que a resposta europeia às eleições na Venezuela deveria passar por três critérios.
Além de um critério de legalidade, a decisão da UE também deveria ter em consideração o apoio às “forças políticas e sociais que na Venezuela lutam pela democracia, pelos direitos humanos, e pela urgência de implementar a acção humanitária”.
Finalmente, os 27 devem procurar uma decisão que fortaleça a posição da UE segundo a qual “a crise venezuelana não se resolve senão internamente”.
A aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas de domingo, com 67,6% dos votos, quando foram contados 82,35% dos boletins, anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Até agora, foram contados 5.264.104 votos, dos quais 3.558.320 foram para o Grande Polo Patriótico (GPP), em eleições contestadas pela oposição, que apelou ao boicote. A taxa de abstenção foi altíssima, chegando a quase 70%.