IKEA vira a página e acaba com os catálogos em papel
Chega ao fim uma tradição com 70 anos e que chegou a movimentar mais de 200 milhões de cópias num ano.
O gigante do mobiliário Ikea vai pôr um ponto final numa tradição com 70 anos e descontinuar o seu catálogo anual em papel, uma das maiores publicações mundiais todos os anos, à medida que os consumidores se voltam para as compras online. A publicação atingiu o auge em 2016, quando mais de 200 milhões de cópias foram distribuídas por casas e lojas da marca em mais de 50 mercados.
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O gigante do mobiliário Ikea vai pôr um ponto final numa tradição com 70 anos e descontinuar o seu catálogo anual em papel, uma das maiores publicações mundiais todos os anos, à medida que os consumidores se voltam para as compras online. A publicação atingiu o auge em 2016, quando mais de 200 milhões de cópias foram distribuídas por casas e lojas da marca em mais de 50 mercados.
A primeira edição, lançada em 1951, trazia a cadeira MK Wing na capa e teve uma circulação de 285 mil cópias, chegando apenas ao sul da Suécia. Num 2020 marcado pela pandemia, o catálogo (que se refere à colecção de 2021) teve 40 milhões de cópias. Para o próximo ano, as novidades para 2022 chegarão via Internet. A decisão faz parte da transição da empresa que se quer tornar mais digital, à medida que os consumidores procuram cada vez mais inspiração online, que é também o lugar onde compram cada vez mais. Até Agosto deste ano, as vendas através dos canais online cresceram 45% comparativamente aos 12 meses anteriores.
“O número de exemplares tem vindo a descer e também temos visto que os consumidores têm usado cada vez mais o nosso site, aplicações e redes sociais. O catálogo tem-se tornado menos importante”, declara Konrad Gruss, director numa das divisões do grupo sueco, à Reuters. “O interesse no catálogo tem vindo a diminuir”, sublinha.
Para Gruss, veterano nos quadros do Ikea, a decisão não foi fácil já que o catálogo representa uma parte importante da história da marca. “Tem sido uma coisa muito importante para nós”, reconhece. A publicação do catálogo representa, tradicionalmente, uma grande parte do orçamento dedicado ao marketing da marca, continua Gruss, ainda que não refira a quantia despendida. A partir do próximo ano essa será investida em publicidade online e noutros canais.
Ainda assim, a marca sueca está a trabalhar numa publicação mais pequena e com menos cópias, dedicada a fornecer inspiração para a decoração do lar, que estará disponível nas lojas no próximo ano, revela o director. Trata-se de uma homenagem porque “o nosso amado catálogo, tal como o conhecemos não vai continuar”, diz a marca no seu site. Ao longo dos anos, o catálogo foi tema de algumas controvérsias. Em 2015, a empresa retirou de circulação a edição russa por causa das leis anti-gay do país, uma vez que mostrava casais do mesmo sexo; e em 2017 um erro na edição israelita fez com que não estivessem representadas mulheres nas páginas do catálogo, o que levou a um pedido de desculpas público.