População de Rabo de Peixe aderiu em massa a testes rápidos. Identificados 118 casos desde quinta-feira
Ao começo da tarde de domingo, apenas tinham sido registados quatro casos positivos em Rabo de Peixe, que se encontra sob cerca sanitária. O director regional da Saúde dos Açores, Berto Cabral, diz que os números devem começar a baixar em breve, mas que é preciso manter a cautela.
Já foram identificados 118 casos de covid-19 na freguesia de Rabo de Peixe, nos Açores, devido aos testes rápidos que começaram a ser realizados em massa na quinta-feira. Ao começo da tarde de domingo, tinham sido registados quatro casos positivos.
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Já foram identificados 118 casos de covid-19 na freguesia de Rabo de Peixe, nos Açores, devido aos testes rápidos que começaram a ser realizados em massa na quinta-feira. Ao começo da tarde de domingo, tinham sido registados quatro casos positivos.
Os números foram confirmados ao PÚBLICO pelo director regional da Saúde dos Açores, Berto Cabral. “Tem sido um dia mais calmo, mas isso já era expectável. Começámos a testar das zonas onde havia mais casos positivos, para as zonas onde havia menos casos”, explica ao PÚBLICO Berto Cabral. “Domingo deverá ser o dia com menos casos detectados, mas ainda é cedo para conclusões. Só temos dados do primeiro turno de testes e são feitos três por dia.”
Desde quinta-feira que a freguesia açoriana está sob uma cerca sanitária (dura até ao próximo dia 8 de Dezembro, terça-feira) para travar o surto de covid-19 na região. A circulação e permanência de pessoas na via pública está proibida e a população tem sido motivada a realizar testes rápidos para facilitar a gestão da situação.
Estes testes — conhecidos como testes de antigénio — detectam as proteínas da superfície do vírus. Face a outros testes, são bastante mais baratos e bastante mais rápidos (os resultados demoram entre 10 e 30 minutos) sendo adequados ao controle de surtos.
Em Rabo de Peixe, o balanço da operação é positivo. Quase todos os 8.866 habitantes (censos de 2011) quiseram ser testados. “As pessoas perceberam que era importante”, resume Berto Cabral. “Ninguém foi obrigado a realizar os testes, mas as pessoas aderiram em massa e isso ajuda muito. Acreditamos que mais de 80% da população esteja a participar, o que demonstra um enorme civismo”, notou o director de saúde, explicando que é “impossível chegar aos 100%” porque crianças com menos de seis anos, por exemplo, não são submetidas ao teste da zaragatoa.
"É preciso manter a cautela"
Dos testes rápidos realizados, Cabral estima que existam perto de 2% de casos de covid-19 positivos. “É um número muito prematuro e não considera as pessoas que já tinham sido diagnosticadas antes do começo dos testes rápidos”, alerta o director regional de Saúde. “Estes testes são a forma mais rápida para travar um surto, porque obtemos os resultados rapidamente que nos permitem tomar medidas adequadas para conter a propagação do vírus, mas não são infalíveis. É preciso manter a cautela.”
É provável que apareçam mais casos positivos nos próximos dias. “Embora sejam raros, os falsos negativos existem e há pessoas que fizeram os testes quando ainda não tinham carga viral suficiente no corpo”, explica Cabral.
O director regional da Saúde dos Açores diz, por isso, que a operação em Rabo de Peixe está longe de terminada. “As pessoas podem pensar que a operação termina com os testes em massa, mas vai continuar a existir um acompanhamento de pessoas com resultado negativo que tiveram um contacto próximo com alguém infectado”, sublinha Berto Cabral.
Segundo o comunicado diário da Autoridade Regional de Saúde, no sábado foram registados 57 novos casos de covid-19: 45 foram registados na ilha de São Miguel, onde se situa Rabo de Peixe, e 12 na ilha Terceira.