Ser Voluntário em tempos de pandemia
Queres fazer voluntariado mas não sabes por onde como começar? A rubrica Ser Voluntário dá uma ajuda com uma selecção especial do Dia Internacional do Voluntariado, que se assinala este sábado, 5 de Dezembro.
O momento que estamos a viver veio mudar o modo como nos relacionamos, como vivemos em comunidade e, consequentemente, colocou em suspenso ou em risco o desenvolvimento de voluntariado presencial.
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O momento que estamos a viver veio mudar o modo como nos relacionamos, como vivemos em comunidade e, consequentemente, colocou em suspenso ou em risco o desenvolvimento de voluntariado presencial.
As normas de distanciamento social e as restrições no comportamento social trouxeram novos desafios para o voluntariado, sendo necessário o reforço de cuidados de segurança e higiene, de modo a não comprometer o desejável controlo da pandemia. Porém trouxeram também novas oportunidades, de desenvolvimento de outras formas de voluntariado e de cidadania activa, como é exemplo o voluntariado digital.
Devido à pandemia diversas organizações, confrontadas com a suspensão das actividades de voluntariado presencial, adaptaram os seus programas de voluntariado para o formato digital, o que foi fundamental para dar continuidade a projectos de apoio social.
No que diz respeito ao voluntariado digital, têm crescido as fórmulas que usam a tecnologia para prestar um apoio essencial. Neste sentido, referimos já em outros artigos do Ser Voluntário as possibilidades de apoio de línguas à distância, como o exemplo do Speak e o Centro Comunitário São Cirilo, continuando as suas missões de promover a inclusão e criação de redes de suporte através da aprendizagem de uma nova língua.
Outro exemplo relevante é o de aplicações como a Be My Eyes, uma app gratuita que conecta pessoas cegas e com baixa visão a voluntários com visão que prestam assistência visual por meio de uma chamada de vídeo ao vivo.
Paralelamente, temos assistido recentemente ao surgimento de vários exemplos de iniciativas determinadas por razões de boa vizinhança, caracterizadas por um carácter isolado e esporádico, por exemplo com objectivo de prestar apoio aos grupos de risco que, ainda que não possam ser consideradas como voluntariado formal no âmbito da legislação em vigor, se enquadram enquanto voluntariado informal.
Um desses exemplos é o SOS Vizinho, uma iniciativa que tem por objectivo ajudar a sinalizar os grupos/doentes de risco de cada região e criar uma rede de distribuição, através da inscrição de voluntários/as. Outro exemplo que surgiu com o mesmo objectivo é o Vizinho Amigo, um movimento criado no início da pandemia com o principal objectivo de ajudar populações do grupo de risco nas suas compras diárias, impedindo assim que estas estejam mais sujeitas ao vírus.
Em tempos particularmente complicados, o voluntariado, cumprindo as necessárias normas de higiene, pode ter um papel determinante no apoio a necessidades nas diferentes comunidades. A Fundação Eugénio de Almeida lançou um Guia Prático de Orientações para ser Voluntário em tempos de covid-19 que podes descarregar aqui. Outra sugestão será procurares junto do teu local de residência, organizações locais ou contactares o Banco Local de Voluntariado mais próximo e perguntares como podes ser voluntário.