Greve de fome pode ser retomada se não houver novas medidas de apoio

O porta-voz do Movimento “Sobreviver a Pão e Água” diz que o protesto foi suspenso e que a sua continuação está dependente da próxima reunião com Fernando Medina, daqui a uma semana.

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Empresários estiveram uma semana à porta do Parlamento LUSA/TIAGO PETINGA

A reposição dos horários na restauração, o alargamento do regime de layoff aos sócios-gerentes e a reformulação do programa Apoiar.pt, destinado às micro e pequenas empresas, foram algumas das medidas discutidas na quinta-feira entre representantes do Movimento “Sobreviver a Pão e Água” e o presidente da Câmara de Lisboa.

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A reposição dos horários na restauração, o alargamento do regime de layoff aos sócios-gerentes e a reformulação do programa Apoiar.pt, destinado às micro e pequenas empresas, foram algumas das medidas discutidas na quinta-feira entre representantes do Movimento “Sobreviver a Pão e Água” e o presidente da Câmara de Lisboa.

Ao fim de sete dias em que nove empresários da restauração fizeram greve de fome à porta do Parlamento, Fernando Medina convidou o chef de cozinha Ljubomir Stanisic e o dirigente da Associação Nacional de Discotecas, José Gouveia, para uma reunião nos Paços do Concelho, da qual saiu apenas a marcação de uma nova reunião.

“Foi-lhes dada uma lista de medidas que nós consideramos exequíveis dado o actual estado da economia”, explica José Gouveia ao PÚBLICO, acrescentando que durante o encontro foi feita uma ligação com Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, por quem os manifestantes exigiam ser recebidos. “Tanto Siza Vieira como Fernando Medina nos passaram a mensagem de que algumas medidas já estariam a ser pensadas pelo Governo.”

Para a próxima sexta-feira está marcada uma nova reunião, outra vez na Câmara de Lisboa, em que os empresários ficarão a saber quais das suas propostas foram aceites e em que moldes se vão aplicar.

“Dessa reunião sairá a nossa decisão de retomar ou não a greve de fome. Isto foi uma mera suspensão”, realça José Gouveia, que já informou o Governo disso mesmo, por escrito. “Nós fizemos um cessar-fogo em virtude da janela que se abriu. Sentimos que a janela que se abriu era uma oportunidade”, diz, acrescentando que a reunião com Medina “foi muito produtiva” e “uma óptima notícia”.

O protesto, ainda assim, pode ser retomado – e com mais gente. Na última semana estiveram nove pessoas junto à Assembleia da República, mas José Gouveia diz ter recebido muitos pedidos de adesão. “Evitámos que muitos se juntassem a nós. Durante estes dias houve muita gente que se quis juntar a nós e não permitimos.”

Uma das decisões pela qual estes empresários mais batalham é pela reposição dos horários de funcionamento da restauração ao fim-de-semana, ou pelo menos um alargamento que permita servir almoços. Haveria quebras de facturação, mas não tão pesadas, diz o porta-voz do movimento.

“O programa Apoiar.pt precisa de ser revisto”, acrescenta José Gouveia. Um dos requisitos para as empresas terem acesso aos fundos do Estado é que estas não tenham dívidas ao Fisco nem à Segurança Social. “As dívidas poderiam ser deduzidas no apoio. Era uma situação win-win para o Estado: dava apoio e recebia o montante em dívida.”

O PÚBLICO procurou esclarecimentos junto da Câmara de Lisboa, mas não os obteve até à publicação deste artigo.