Receitas de bilheteira de museus e monumentos nacionais com quebra de 80%

Os 1,7 milhões de euros arrecadados entre Maio e Novembro de 2020 mal ultrapassam a média mensal registada nos anos que precederam a pandemia.

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Nuno Ferreira Santos

As visitas aos museus, monumentos e palácios nacionais no período de pouco mais de seis meses que vai de 18 de Maio, dia de reabertura depois do primeiro estado de emergência, a 24 de Novembro, renderam pouco mais de 1,7 milhões de euros de receita de bilheteira, com o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, a contribuir com quase um terço do total.

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As visitas aos museus, monumentos e palácios nacionais no período de pouco mais de seis meses que vai de 18 de Maio, dia de reabertura depois do primeiro estado de emergência, a 24 de Novembro, renderam pouco mais de 1,7 milhões de euros de receita de bilheteira, com o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, a contribuir com quase um terço do total.

A informação foi esta sexta-feira divulgada pelo Governo, no relatório sobre a aplicação da declaração do estado de emergência, e aponta para uma quebra que rondará os 80%. Não há dados disponíveis que permitam comparar os resultados obtidos entre Maio e Novembro nos anos que precederam a pandemia, mas em 2017, o último ano para o qual dispomos da receita exclusivamente proveniente da venda de bilhetes dos 25 museus, monumentos e palácios tutelados pela DGPC, essa verba ultrapassou os 18,2 milhões de euros, o que dá uma média mensal superior a 1,5 milhões de euros. 

Já no que respeita ao número de visitantes —​ que tinha duplicado entre 2014 e 2018 —, os 701.047 registados no primeiro semestre de 2020 correspondem a cerca de 30% dos 2.308.430 verificados em 2019.  

Entre Jerónimos e o Convento de Cristo

Os museus, palácios e monumentos nacionais encerraram no dia 14 de Março, no âmbito das medidas de contenção de propagação da pandemia da covid-19, e só foram autorizados a reabrir a 18 de Maio, dia internacional dos museus, mas com normas de higiene e segurança adaptadas à dimensão de cada espaço.

De acordo com o relatório agora divulgado, nos primeiros 15 dias em que estiveram abertos, entre 18 e 31 de Maio, a receita total foi de cerca de 18 mil euros, dos quais 4600 euros vieram da bilheteira do Mosteiro dos Jerónimos, que já então representava quase um terço do total.

Em Junho, os valores, que começam a partir daí a ser registados mensalmente, aumentam substancialmente, com o total dos museus e monumentos a registar receitas de bilheteira de 86 mil euros em Junho e de 218 mil euros em Julho. E em Agosto o montante subiu para mais de 550 mil euros, tendo depois voltado a descer nos meses seguintes: 340 mil euros em Setembro e 240 mil em Outubro.

Depois do Mosteiro dos Jerónimos, foi o Convento de Cristo, em Tomar, que mais contribuiu para o valor total de receitas de bilheteira, com cerca de 261 mil euros, seguindo-se os mosteiros da Batalha (208 mil euros) e de Alcobaça (170 mil euros).

O relatório divulga também a receita das lojas dos museus e monumentos, que atingiu no mesmo período — de 28 de Maio a 24 de Novembro — um total de 226.731 euros.

Em termos de visitantes, estava a haver uma evolução positiva no início deste ano: por comparação com os mesmos meses de 2019, registara-se um aumento de 4,9% em Janeiro, com 257.813 entradas, e de 6% em Fevereiro, com 287.579 visitantes. Em Março, com a determinação do primeiro estado de emergência no país e o consequente encerramento dos 17 museus, seis monumentos e dois palácios, já se verificou uma quebra de 74,7%, com 96.418 entradas contra as 381.577 contabilizadas em Março de 2019.

Com os espaços encerrados, as 466.448 entradas que se tinham registado em Abril de 2019 desceram para zero, e mesmo após a reabertura, a 18 de Maio, o impacto negativo continuou a fazer-se sentir, com 12.017 visitantes até ao final desse mês, muito abaixo dos 509.447 registados em Maio de 2019.

Em Junho, com a reabertura em pleno, essa descida atenuou-se, mas fixou-se ainda assim em 89,1%, com 47.220 entradas, que comparam com as 433.860 do mês homólogo de 2019.