Artemisia na National Gallery de Londres: o reconhecimento 400 anos depois

Já ouviu falar nela? Tem algum livro onde apareça o seu nome? Já a viu num dos grandes museus? Artemisia Gentileschi continua a não integrar o cânone ensinado nas universidades, onde não se questiona a masculinidade naturalizada do que se ensina. Nem é um dos nomes reconhecidos pelas elites cultas. As historiadoras da arte feministas já a tinham descoberto desde a década de 1970. Mas só agora — com a exposição re-inaugurada ontem, 3 de Dezembro, na National Gallery de Londres —é que Artemisia vai passar a ser um nome mais familiar.

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Eamonn M. McCormack/Getty Images

Devia ter inaugurado em Abril mas só abriu em Outubro por causa da pandemia. Um mês depois voltou a fechar pelas mesmas razões. Reabriu ontem na National Gallery de Londres a retrospectiva de Artemisia Gentileschi (Roma, 1593-Nápoles, c.1656), a primeira grande exposição dedicada à pintora num museu deste prestígio e dimensão. São mais de 30 os quadros expostos, cerca de metade do total da obra de Artemisia, mas é o suficiente para impressionar quem a vir. As críticas não podiam ser mais entusiastas. No Guardian, Jonathan Jones chamou-a uma “revolutionary exhibition” e, sobretudo, “the most thrilling exhibition I have ever experienced at the National Gallery”.