Covid-19: novos casos abrandam, mas Norte de Portugal ainda é das regiões da Europa com maior incidência
Região Norte verificou uma diminuição da incidência de novos casos por cem mil habitantes a 14 dias, mas continua a ser das áreas mais afectadas da Europa. Alentejo e Açores registaram um aumento da incidência mas continuam na segunda metade da lista europeia.
O Norte de Portugal é a 11ª região da Europa com maior número de novos casos por cem mil habitantes a 14 dias, com uma taxa de incidência de 1189,7. Numa altura em que o país tem registado um abrandamento da pandemia nos últimos dias, a região portuguesa mais afectada também tem acompanhado a tendência, mas continua a ser um dos territórios com mais novas infecções do continente europeu.
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O Norte de Portugal é a 11ª região da Europa com maior número de novos casos por cem mil habitantes a 14 dias, com uma taxa de incidência de 1189,7. Numa altura em que o país tem registado um abrandamento da pandemia nos últimos dias, a região portuguesa mais afectada também tem acompanhado a tendência, mas continua a ser um dos territórios com mais novas infecções do continente europeu.
Segundo os dados de 411 regiões de 31 países divulgados na quarta-feira pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, sigla inglesa), a região está apenas atrás de seis regiões da Croácia, três da Eslovénia e do Luxemburgo, tudo territórios com uma incidência superior a 1200 novos casos por cem mil habitantes. Na actualização anterior, o Norte do país estava em sexto lugar, com 1375 novos casos por cem mil habitantes.
Os dados registados até ao final da última semana na Europa mostram uma diminuição do número de novos casos em todas as regiões de Portugal, com Lisboa e Vale do Tejo a verificar uma incidência de 482,1 (544,8 na actualização anterior); a região Centro 522,5 (antes 531,8); o Algarve 257,4 (desceu de 297,4) e a Madeira 78,7 (antes 91,6). As excepções aos decréscimos são o Alentejo, que subiu de uma taxa de incidência de 350,8 para 397,3, e os Açores, que passaram de 139,6 a 168,0. Ainda assim, estas regiões continuam na parte inferior da tabela europeia, em 215º e 333º, respectivamente.
À excepção destes dois territórios, que verificam nesta última actualização o valor mais alto de incidência, todas as regiões do país registaram na semana anterior (a semana 47 desta análise do ECDC) o valor máximo de novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias. No entanto, a diminuição da taxa de incidência verificada para esta semana não significou uma melhoria nas classificações a nível europeu: a região Centro, por exemplo, teve uma diminuição de 531,8 novos casos por cem mil habitantes para 522,5, mas passou de 180º para 149º na lista do ECDC.
Novos casos acompanham tendência decrescente da reprodução do vírus
O Alentejo passou do 265º lugar da lista do ECDC para o 215º com um aumento da incidência de 350,8 para 397,3, acompanhando a tendência de reprodução do vírus. Segundo os dados apresentados esta quinta-feira na reunião entre especialistas e políticos no Infarmed por Baltasar Nunes, coordenador da Unidade de Investigação Epidemiológica do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), o Alentejo é a região do país com maior transmissibilidade (Rt) em Portugal, com 1,12, o que significa que um infectado contagia, em média, mais do que uma outra pessoa.
Este valor é dissonante do cenário nacional, onde a velocidade de reprodução do vírus apresenta nesta altura uma tendência de diminuição e já se encontra abaixo de 1, o que significa que em média um infectado não chega a contagiar outra pessoa.
O Norte apresenta um Rt de 0,96, sendo nesta altura a região do país com menor índice de transmissibilidade. Já a região Centro está a 1,0 (em redução); Lisboa e Vale do Tejo está nos 1,0 (sendo que nunca teve valores tão altos como noutras regiões, depois de entre 16 e 23 de Novembro ter atingido o seu máximo) e no Algarve com 1,08. Nos Açores está nos 1,1 e na Madeira está nos 1,05 numa “tendência estável”.
Baltasar Nunes defendeu que esta melhoria generalizada foi possibilitada pelas medidas de restrição impostas nos fins-de-semana: a transmissibilidade começou a diminuir antes do estado de calamidade de 14 de Outubro e continuou a descer à medida que foram implementadas as restantes medidas, inclusive as abordagens diferenciadas por concelho.