Natal: Bruxelas sugere “bolhas domésticas” e festas online. Viajantes devem vacinar-se contra a gripe
Comissão Europeia pediu aos países para definirem “critérios claros” relativamente ao Natal, devendo estipular um número máximo de pessoas por ajuntamento. Executivo incentivou viajantes a vacinarem-se contra a gripe e sublinhou que o acesso a testes deve ser fácil e gratuito.
A Comissão Europeia pediu esta quarta-feira aos países da União Europeia (UE) para definirem “critérios claros” relativamente ao Natal, devendo estipular um número máximo de pessoas por ajuntamento, incentivar “bolhas domésticas” para passar as festividades e estimular celebrações online.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Comissão Europeia pediu esta quarta-feira aos países da União Europeia (UE) para definirem “critérios claros” relativamente ao Natal, devendo estipular um número máximo de pessoas por ajuntamento, incentivar “bolhas domésticas” para passar as festividades e estimular celebrações online.
Na estratégia Ficar a salvo da covid-19 durante o Inverno, divulgada esta quarta-feira, o executivo comunitário sugere que os países pensem em implementar “bolhas domésticas”, isto é, “encorajar as pessoas a passar os dias das festividades com as mesmas pessoas e a reduzir ainda mais os contactos sociais”. Outro conselho é que seja introduzido ou mantido “o recolher obrigatório durante a noite”.
E, segundo Bruxelas, deve ser incentivada a “organização de reuniões e eventos sociais online, tais como celebrações de fim de ano no local de trabalho”, enquanto as cerimónias religiosas devem ser preferencialmente “transmitidas online, na televisão ou na rádio”.
Além disso, a Comissão Europeia vinca que os países devem considerar “a possibilidade de não permitir quaisquer reuniões de massas e de definir critérios claros para os eventos excepcionais permitidos”, tanto no interior como no exterior. No caso de “algum relaxamento temporário” e se ocorrer algum tipo de evento, “deve ser acompanhado de requisitos rigorosos para as pessoas se auto-isolarem antes e depois […], de preferência pelo menos sete dias”.
O mesmo se aplica à preferência pelo teletrabalho, devendo os países “incentivar os empregadores a permitir que as pessoas trabalhem a partir de casa ou do local onde pretendem passar as suas festividades de fim de ano alguns dias antes e depois”, de forma a que se possam também isolar “antes de regressarem aos locais de trabalho”.
No caso da população mais susceptível, Bruxelas pede que os Estados-membros “adoptem medidas para assegurar cuidados adequados a pessoas vulneráveis, particularmente em caso de restrições e proibições” à circulação, numa alusão a “pessoas idosas que vivem sozinhas ou em cuidados residenciais”, a deficientes, doentes mentais ou sem-abrigo.
No que toca às escolas, Bruxelas sugere que, “a fim de reduzir os riscos de transmissão no período que se segue à época festiva”, os países devem equacionar “o prolongamento das férias escolares ou a introdução de um período de aprendizagem online ”.
Viajantes devem vacinar-se contra a gripe
A Comissão Europeia instou também os países da UE a encorajarem quem queira viajar nas próximas semanas, nomeadamente no Natal, a vacinar-se contra a gripe sazonal, e que não haja discriminações nas restrições aplicadas aos viajantes.
O executivo comunitário defende que se deve “assegurar que, se for solicitada a quarentena e testes aos viajantes — isto é, na situação em que um país tenha reduzido os níveis de transmissão para perto de zero —, estes requisitos sejam proporcionais, não-discriminatórios, claramente comunicados e facilmente seguidos”. Deve, também, ser avaliado “como os testes podem levar ao levantamento da quarentena ou de outras restrições para os viajantes”.
Outro dos conselhos da instituição é que os Estados-membros “reforcem as campanhas de comunicação para desencorajar fortemente as pessoas com sintomas de covid-19 de viajar”. A Comissão Europeia insiste, ainda, que seja mantida a livre circulação na UE.
No passado fim-de-semana, após questões da agência Lusa, o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) considerou que as viagens na UE durante o Natal e fim de ano terão “pouco impacto” na propagação da covid-19, devido à “transmissão interna significativa” nos países.
Acesso a testes deve ser fácil e gratuito
A Comissão diz ainda que os países devem assegurar o acesso fácil e gratuito a testes rápidos, de modo a identificar com celeridade casos de infecção por covid-19. Segundo a Comissão Europeia, “a cada 17 segundos, uma pessoa morre na UE devido à covid-19”, sendo essencial controlar a propagação do vírus e evitar mais mortes e doenças graves.
Bruxelas recomenda ainda que o tempo de resposta dos testes moleculares (PCR) seja inferior a 24 horas e a utilização de testes rápidos de antigénios (TRAg) deve servir para aumentar a capacidade de resposta.
No que respeita ao rastreio, a Comissão Europeia recomenda o reforço do uso de aplicações de aviso digital de contacto, como a StayAway Covid, bem como a monitorização manual de contacto.