Três jogadores da selecção argentina de râguebi suspensos por racismo

Pablo Matera, Guido Petti e Santiago Socino estão sob a alçada disciplinar por publicações feitas nas redes sociais em 2012 e 2013.

Foto
Pablo Matera, Guido Petti e Santiago Socino DR

Pablo Matera, Guido Petti e Santiago Socino, jogadores da selecção argentina de râguebi que se encontra na Austrália a disputar o Rugby Championship, foram suspensos “por tempo indeterminado” por terem publicado em 2012 e 2013 “comentários discriminatórios e xenófobos” nas suas redes sociais. A Unión Argentina de Rugby (UAR), decidiu ainda “revogar” o estatuto de capitão a Matera e iniciar um “processo disciplinar” aos atletas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Pablo Matera, Guido Petti e Santiago Socino, jogadores da selecção argentina de râguebi que se encontra na Austrália a disputar o Rugby Championship, foram suspensos “por tempo indeterminado” por terem publicado em 2012 e 2013 “comentários discriminatórios e xenófobos” nas suas redes sociais. A Unión Argentina de Rugby (UAR), decidiu ainda “revogar” o estatuto de capitão a Matera e iniciar um “processo disciplinar” aos atletas.

Pouco mais de duas semanas depois de ganharem o estatuto de heróis nacionais na Argentina por terem cometido a proeza de ajudar a derrotar a toda-poderosa Nova Zelândia, Pablo Matera, Guido Petti e Santiago Socino estão suspensos por tempo indeterminado e debaixo de enormes críticas da esmagadora maioria da opinião pública argentina.

Matera, terceira-linha do Stade Français, Petti, segunda-linha do Bordeaux Bègles, e Socino, talonador dos Jaguares, estão sob a alçada disciplinar da UAR por terem publicado comentários racistas no Twitter em 2012 e 2013.

Foto

Nessas publicações, tornadas agora públicas, Matera diz, por exemplo, sentir-se aliviado por deixar a África do Sul, “um país cheio de pretos”, e confessa sentir “ódio” a bolivianos e paraguaios. O flanqueador argentino também fez considerações em que gozava com o aspecto físico de mulheres: “A gorda está a olhar para mim hahaha pobre mulher, eu não vou dar-lhe o meu lugar, aquilo não é gravidez, não, não conta”.

Petti, entre outros posts, terá escrito, referindo-se à sua empregada doméstica, que “uma macaca grávida de trigémeos” é “um kit de limpeza”, enquanto Socino fez várias publicações ofensivas para negros e judeus.

Confrontada com as publicações, a UAR “reuniu-se de emergência” e emitiu um comunicado onde diz que “repudia energicamente os comentários discriminatórios e xenófobos publicados pelos integrantes do plantel dos Pumas”.

Foto

Apesar de as publicações terem vários anos e não representarem “a integridade pessoal que os três atletas mostraram ao serviço da selecção”, a UAR afirma que tinha de ser “tomada uma atitude”.

Dessa forma, a federação argentina, para além de suspender por “tempo indeterminado” os três jogadores, revogou o estatuto de capitão a Pablo Matera e “iniciou um processo disciplinar” aos atletas.

Os três avançados dos Pumas, que estão actualmente na Austrália a disputar o Rugby Championship (prova onde também participam a Austrália e a Nova Zelândia), já reagiram, demonstrando arrependimento pelas publicações.

Foto

Matera, considerado um dos melhores jogadores argentinos da actualidade, apagou a sua conta no Twitter e disse estar “muito envergonhado”: “Peço desculpas a todos que se sentiram ofendidos pelas barbaridades que escrevi. Naquele momento não imaginei quem me iria tornar. Hoje, tenho que assumir o que disse há nove anos. Lamento pela minha equipa, pela minha família, e agradeço aos que me amam pelo apoio.”

Já Petti, disse igualmente “estar envergonhado” pelas mensagens “que hoje” repudia. “Não representam em absoluto a pessoa que sou. Equivoquei-me e quero expressas as minhas mais sinceras desculpas”.