Covid-19: COVAX, uma ideia em busca de apoio
Iniciativa internacional pretende comprar dois mil milhões de doses de vacinas para a covid-19 até ao fim de 2021 para 92 países que sem ajuda não terão acesso a elas.
O mecanismo COVAX pretende garantir que pelo menos 20% da população mundial será imunizada contra o novo coronavírus no fim de 2021. Foi lançado na Primavera pela Organização Mundial de Saúde e outros organismos, como a aliança GAVI, que pretende facilitar o acesso às vacinas nos países mais pobres, e a CEPI, uma parceria para financiar e coordenar o desenvolvimento de novas vacinas para prevenir e conter epidemias de doenças infecciosas.
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O mecanismo COVAX pretende garantir que pelo menos 20% da população mundial será imunizada contra o novo coronavírus no fim de 2021. Foi lançado na Primavera pela Organização Mundial de Saúde e outros organismos, como a aliança GAVI, que pretende facilitar o acesso às vacinas nos países mais pobres, e a CEPI, uma parceria para financiar e coordenar o desenvolvimento de novas vacinas para prevenir e conter epidemias de doenças infecciosas.
Para isso, procuram garantir acordos com farmacêuticas para a compra de dois mil milhões de doses de vacinas. Juntaram-se a esta iniciativa 184 países, sendo que alguns, como a UE, deverão ser doares, e 92 serão beneficiários – países que não conseguiriam vacinar a sua população se não tivessem este apoio. O objectivo de financiamento para 2020 foi atingido (2000 milhões de dólares), mas são necessários pelo menos mais cinco mil milhões em 2021 para comprar vacinas. Os Estados Unidos ficaram de fora, a China juntou-se mais tarde.
“Julgo que a intenção inicial era criar um mecanismo global em que todos os países pusessem o seu dinheiro, e criar um mecanismo multilateral de tomada de decisões, e que todos se submetessem a ele”, disse Els Torreele, do Institute for Innovation and Public Purpose do University College de Londres. “Mas, a começar com os EUA, com Donald Trump a anunciar a saída da OMS, todos decidiram não jogar este jogo. Logo que os EUA disseram que não se juntariam a esta iniciativa multilateral, os outros países ricos acharam que tinham de fazer o mesmo”, comentou.
“Compreendo que os europeus estavam sob grande pressão política, mas é um grande desapontamento que isto tenha acontecido.”