Nasceu como escola mas já saltou para os festivais: D’Orfeu comemora 25 anos de intensa actividade cultural

A pandemia veio alterar os planos da festa. As comemorações serão feitas online e com direito a um documentário ao estilo “vida selvagem”. E se houver direito a prenda, a associação cultural espera ver resolvido o problema da sua sede.

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Foi há 25 anos que quatro irmãos músicos - Luís, Artur, Vítor e Rogério Fernandes – deram início a um projecto cultural que não tardaria a crescer e a extravasar as fronteiras da sua terra natal, o município de Águeda. O que começou por ser uma escola de música tradicional, não levou muito tempo a progredir para a produção de espectáculos e festivais que são já uma marca. A d’Orfeu Associação Cultural está em festa e ainda que os planos para promover uma gala de aniversário, ao vivo e a cores, tenham saído gorados, por conta da pandemia de covid-19, ninguém lhes estraga a festa.

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Foi há 25 anos que quatro irmãos músicos - Luís, Artur, Vítor e Rogério Fernandes – deram início a um projecto cultural que não tardaria a crescer e a extravasar as fronteiras da sua terra natal, o município de Águeda. O que começou por ser uma escola de música tradicional, não levou muito tempo a progredir para a produção de espectáculos e festivais que são já uma marca. A d’Orfeu Associação Cultural está em festa e ainda que os planos para promover uma gala de aniversário, ao vivo e a cores, tenham saído gorados, por conta da pandemia de covid-19, ninguém lhes estraga a festa.

A poucos dias de apagar as velas, Luís Fernandes, o mais novo desses quatro irmãos músicos e presidente da d’Orfeu, faz questão de recordar toda essa geração “que, na altura, estava nos seus vinte e poucos anos” e acabou por transformar a associação “numa promotora cultural” que encarava o palco e a rua como “uma extensão da sala de aula onde se ensinava música”. Daí até à “transversalidade para as outras disciplinas artísticas” e à “profusão de festivais, conferências e criações próprias”, foi um “passo natural”, recorda.

Para fazer o balanço destes 25 anos de actividade, é preciso falar de eventos como o OutOnalidades, Gesto Orelhudo, Festim ou o Festival i, e aos quais se juntam uns quantos espectáculos e formações musicais com a marca d’Orfeu. Aos inúmeros projectos, têm-se juntado, também, “muitas distinções e prémios”, que enchem a associação de orgulho. Luís Fernandes prefere destacar “estes 25 anos no seu conjunto, enquanto oportunidade para esta comunidade que começou muito familiar e que neste momento é toda uma região, sem descurar a dimensão nacional e internacional” de alguns projectos.

Resolver o impasse da sede da associação

Quem faz anos anos tem direito a prenda e a d’Orfeu já formulou os seus desejos. Na verdade, é só um: resolver o problema da sua sede. “Estamos na iminência de ter de sair destas instalações”, adverte Luís Fernandes. “É um edifício arrendado, mesmo no centro da cidade de Águeda, e estamos num impasse, há já algum tempo, com o senhorio”, explica, fazendo votos de que este 25.º aniversário fique marcado por boas notícias. “Ou ficar onde estamos, ou ter uma solução para uma mudança”, aponta o presidente da associação que foi buscar o nome ao deus grego da música.

Cumprido o primeiro quarto de século de actividade, a d’Orfeu olha para o futuro consciente de que as exigências serão, a partir de agora, “bem maiores”. “É como uma pessoa que faz 25 anos e à qual as pessoas já não acham a mesma piada como quando era criança. E da qual também já se espera que faça coisas de adulto e não de criança”, repara Luís Fernandes. Na prática, o desafio passa por levar a que a associação consiga “reinventar-se, enquanto projecto associativo”, almejando um percurso para o qual “25 anos têm de representar ainda pouco”.