Líderes iranianos dizem que Israel actuou como um “mercenário” e prometem vingar morte de cientista
Líder Supremo e Presidente do Irão acusam os israelitas pelo assassínio do chefe do programa nuclear do país.
O Líder Supremo iraniano, Ali Khamenei, pediu hoje que fossem “punidos” os responsáveis pelo assassínio de um dos mais proeminentes cientistas nucleares do Irão, que ocorreu na sexta-feira.
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O Líder Supremo iraniano, Ali Khamenei, pediu hoje que fossem “punidos” os responsáveis pelo assassínio de um dos mais proeminentes cientistas nucleares do Irão, que ocorreu na sexta-feira.
O ayatollah Ali Khamenei pediu “que este crime seja investigado e, claro, que haja punição para os autores e responsáveis (…), dando continuidade ao esforço científico e técnico deste mártir em todas as áreas em que trabalhou”, segundo um comunicado divulgado este sábado.
Já o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, acusou Israel de agir como um “mercenário” a mando dos Estados Unidos.
“Mais uma vez, as mãos impiedosas da arrogância mundial, com o regime sionista usurpador como mercenário, estão manchadas com o sangue de um filho desta nação”, denunciou Rouhani numa declaração publicada no seu portal oficial, referindo-se ao assassínio de Mohsen Fakhrizadeh.
Rouhani garantiu, no entanto, que a morte do cientista não iria “perturbar” o progresso científico no país, reforçando que a morte se devia à “fraqueza e incapacidade” dos inimigos de Teerão de impedir o seu desenvolvimento.
O Presidente iraniano também deu as condolências “à comunidade científica e ao povo revolucionário do Irão”.
Na sexta-feira, o chefe do Estado-Maior iraniano, general Mohammad Bagheri, alertou que “uma terrível vingança” se abaterá sobre os responsáveis pelo assassínio do cientista iraniano especializado no sector nuclear.
“Os grupos terroristas e os responsáveis e autores dessa tentativa cobarde devem saber que uma terrível vingança os aguarda”, escreveu Bagheri na rede social Twitter, segundo a agência estatal Irna.
Em comunicado, o Ministério da Defesa do Irão identificou o alvo do ataque como sendo Mohsen Fakhrizadeh, chefe do departamento de investigação e inovação daquele ministério.
Fakhrizadeh ficou “gravemente ferido quando o seu carro foi alvejado por vários atacantes, que por sua vez foram atacados pela equipa de segurança do cientista, pode ler-se no comunicado, em que acrescenta que a equipa médica não o conseguiu reanimar.
O Departamento de Estado dos Estados Unidos indicou, em 2008, que o cientista estava a realizar “actividades e transacções que contribuíam para o desenvolvimento do programa nuclear do Irão.
Fakhrizadeh tinha sido descrito pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como o “pai” do programa de armas nucleares do Irão. O cientista liderou o chamado programa “Amad”, ou “Esperança”, do Irão.
Israel e o Ocidente alegaram que essa operação militar tinha como objectivo saber a viabilidade de construção de armas nucleares no Irão, mas Teerão alegou sempre que o seu programa nuclear é pacífico.
A Agência Internacional de Energia Atómica referiu que o programa “Amad” terminou no início dos anos 2000 e os seus inspectores monitorizam agora as instalações iranianas como parte do acordo nuclear do Irão com os cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França – e a Alemanha.