Justificam-se afirmações e opiniões sem conhecimento dos factos?
O artigo de Luís Monteiro faz afirmações sobre a FEUP sem conhecimento dos factos, o que considero ser muito reprovável. Justificam-se afirmações e opiniões sem conhecimento dos factos? Creio que não!
A FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto tem como missão a educação, investigação e inovação nas suas áreas científicas. Como instituição universitária não descura na prossecução da sua missão a estimulação efetiva de atividades artísticas, culturais, desportivas e científicas, e a promoção de espaços de experimentação e de apoio ao desenvolvimento de competências e atitudes, nomeadamente as relacionadas com a participação coletiva e social. A FEUP difunde assim, junto de todos os elementos da sua Comunidade, o conjunto de valores e princípios maioritariamente aceites na nossa civilização ocidental. O objetivo mais relevante é podermos contribuir para que a nossa sociedade seja melhor e mais feliz no presente e no futuro.
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A FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto tem como missão a educação, investigação e inovação nas suas áreas científicas. Como instituição universitária não descura na prossecução da sua missão a estimulação efetiva de atividades artísticas, culturais, desportivas e científicas, e a promoção de espaços de experimentação e de apoio ao desenvolvimento de competências e atitudes, nomeadamente as relacionadas com a participação coletiva e social. A FEUP difunde assim, junto de todos os elementos da sua Comunidade, o conjunto de valores e princípios maioritariamente aceites na nossa civilização ocidental. O objetivo mais relevante é podermos contribuir para que a nossa sociedade seja melhor e mais feliz no presente e no futuro.
No passado dia 17 de novembro, no artigo «Há racismo nas universidades portuguesas», Luís Monteiro (museólogo e deputado do Bloco de Esquerda) sentiu a necessidade de usar a FEUP como exemplo.
Esse texto fez-me refletir de novo sobre o que os órgãos de gestão, colegiais, devem fazer para cumprir a missão social da Escola. Os órgãos de gestão da FEUP, que tenho o privilégio e a responsabilidade de presidir, são uma das origens de iniciativas e de medidas que vão sendo adotadas para combater os comportamentos relatados no referido artigo. Aludo, a título meramente exemplificativo, à atividade variada que tem sido desenvolvida ao nível da sustentabilidade, da responsabilidade social e da cultura, a cargo de comissariados em que estão ativamente envolvidos elementos dos vários grupos que constituem a nossa Comunidade: estudantes, técnicos, investigadores e docentes.
Estamos em contacto permanente com a nossa Comunidade e mantemos uma relação que considero de proximidade, mesmo atendendo a que somos cerca de 10 mil pessoas no Campus. No últimos anos, no início de cada ano académico, tenho reiterado a seguinte mensagem:
«Recordo que vivemos na FEUP num contexto multicultural onde a tolerância e o respeito pela dignidade pessoal e pelo nosso ambiente é crucial na cultura que defendemos para a sociedade. A Comunidade FEUP não pode e não deve permitir no seu seio qualquer atitude, por parte de quem quer que seja, contrária a estes princípios, dentro e fora do nosso Campus.»
Em particular, este ano, a mensagem foi enviada a toda a Comunidade FEUP no início das aulas, em 21 de setembro, e reiterada posteriormente após a chegada à Universidade dos estudantes do 1º ano, no início de outubro. Todas as mensagens dirigidas à Comunidade são enviadas também em inglês, por respeito pelas pessoas que não dominam a língua portuguesa, uma parte já significativa da nossa Comunidade.
Concretamente, quanto ao afirmado no artigo supramencionado, posso confirmar que a partir do início do mês de outubro surgiram queixas, com autores devidamente identificados, em relação a mensagens xenófobas e de outras naturezas indignas, a circular nas redes sociais alegadamente envolvendo a FEUP. Recebemos ainda queixas anteriores a esta data mas de pessoas que não quiseram concretizar as alegações apresentadas, nem identificar-se.
Sendo contrário aos meus princípios e ao bom senso comum reagir a queixas e acusações, identificadas ou não, sem realizar uma investigação adequada, e atendendo a que os meios internos à FEUP e à U.Porto se revelaram entretanto inadequados para tal investigação, determinei em 22 de outubro de 2020 a abertura de um processo de inquérito e a participação ao Ministério Público. Através destes meios pretende-se também apurar a identidade dos autores associados à criação de páginas e respetivos conteúdos nas redes sociais e a natureza das suas ligações à FEUP.
No dia 29 de outubro, o próprio dia em que foi feita a apresentação da participação junto do Ministério Público, enviei a seguinte mensagem à Comunidade FEUP, também subscrita pelo atual Presidente da Associação de Estudantes da FEUP:
«Têm vindo a ser difundidas nas redes sociais mensagens anónimas de natureza racista e xenófoba que não podemos aceitar e veementemente condenamos. Este assunto foi objeto de algumas notícias na comunicação social, estando a afetar negativamente a imagem da FEUP. Consideramos que as mensagens refletem atitudes pouco escrupulosas ou inconscientes que todos devemos repudiar de forma inequívoca. Foi assim instaurado um processo de inquérito e submetida uma participação ao Ministério Público. Sugerimos que ouçam Message to Future Generations, de Bertrand Russell (1872-1970).
Implementamos medidas concretas em relação às queixas recebidas, sendo dada resposta normalmente no prazo de um dia. Algumas medidas são restritas e outras divulgadas à Comunidade FEUP.
Gostaria de realçar novamente que comunicamos regularmente as nossas posições à Comunidade FEUP e, quando se justifica, à U.Porto. Tal é feito após consulta aos órgãos de gestão e aos representantes dos vários grupos relevantes, nos quais naturalmente se inclui a Associação de Estudantes da FEUP.
Das considerações anteriores posso também concluir que o artigo de Luís Monteiro faz afirmações sobre a FEUP sem conhecimento dos factos, o que considero ser muito reprovável.
Justificam-se afirmações e opiniões sem conhecimento dos factos? Creio que não!