Covid-19: Marcelo diz que é “uma ideia tonta” que vacinação não priorize os mais idosos

Proposta de especialistas da Direcção-Geral da Saúde sugere que as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira “uma ideia tonta” a proposta para que os mais idosos não sejam prioritários na vacinação contra a covid-19, sublinhando que ainda “não há plano nenhum aprovado”.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta sexta-feira “uma ideia tonta” a proposta para que os mais idosos não sejam prioritários na vacinação contra a covid-19, sublinhando que ainda “não há plano nenhum aprovado”.

“Não há decisão nenhuma, muito menos há uma decisão que seja uma decisão tonta”, afirmou o chefe de Estado, em declarações à agência Lusa, à entrada para um almoço com empresários da restauração, em Évora.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem acompanhado com o primeiro-ministro os trabalhos preparatórios do plano de vacinação para a covid-19 e vincou que o documento, “antes de ser aprovado, tem de ser submetido ao Governo” e, depois, “o primeiro-ministro dará conhecimento ao Presidente da República”.

“Aquilo que tenho visto especular, nalguns aspectos, é, no fundo, dizer que há fatias do povo português que pela sua idade não têm acesso urgente ou prioritário à vacina, como tenho visto formulado, o que é uma ideia tonta”, referiu.

O chefe de Estado notou que “é de presumir que as pessoas responsáveis não tenham ideias tontas”, insistindo que “até agora não há plano aprovado” e que “tudo o que seja dito é pura especulação técnica, científica, social, política”.

“Não há plano nenhum aprovado, muito menos nos termos que têm vindo ser anunciados e que são muito diferentes daquilo que se tem feito ou está a ser feito por toda a Europa”, acrescentou.

Segundo uma proposta de especialistas da Direcção-Geral da Saúde, reproduzida esta sexta-feira nos jornais, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação directa de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.

Em reacção às notícias veiculadas, o coordenador da task force criada pelo Governo para definir todo o plano de vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, explicou à Lusa que a proposta apresentada pela DGS “não tem qualquer limite de idade para as pessoas internadas em lares”.

Os residentes em lares, de qualquer idade, os funcionários destas instituições, os profissionais de saúde, das forças de segurança e os idosos com comorbilidades severas são os grupos prioritários propostos pela DGS para a vacina contra a covid-19, declarou Francisco Ramos.

Já esta sexta-feira, o primeiro-ministro rejeitou a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem doenças graves não terem acesso prioritário às vacinas contra a covid-19, alegando que “há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos”.

“Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade”, declarou António Costa à agência Lusa.

O Governo criou uma task force para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas, que tem um mês para definir todo o processo.

Segundo um despacho publicado na quarta-feira em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, esta task force tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.

A task force tem um núcleo de coordenação, liderado pelo ex-secretário de Estado Francisco Ramos e que inclui elementos da Direcção-Geral da Saúde, Infarmed e dos ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna e conta com o apoio técnicos de diversas estruturas.