Bastonário dos Médicos diz que lhe faz “confusão” que mais idosos não possam ser vacinados

Miguel Guimarães comentou plano de vacinação contra covid-19.

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O bastonário da Ordem dos Médicos comentou vacinação contra a covid-19 Rui Gaudencio

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) assumiu esta sexta-feira que lhe causa confusão e estranheza que os mais idosos não possam ser vacinados contra a covid-19, aguardando conhecer os critérios da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

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O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) assumiu esta sexta-feira que lhe causa confusão e estranheza que os mais idosos não possam ser vacinados contra a covid-19, aguardando conhecer os critérios da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Faz-me alguma confusão que as pessoas mais idosas não possam ser vacinadas”, afirmou Miguel Guimarães durante uma conferência online (Webinar) sobre “Os Caminhos da Ética em Tempo de Pandemia”, promovida pela Universidade Portucalense.

Segundo uma proposta de especialistas da DGS, reproduzida esta sexta-feira nos jornais, as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação directa de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a covid-19.

Assumindo não ter lido as notícias veiculadas acerca do assunto, o bastonário da OM advertiu que a questão da vacinação “tem de ser vista com muito cuidado”, pois tem havido anúncios de várias vacinas contra a covid-19, com diferentes eficácias, mas “nunca” se ouviu falar das contra-indicações nem dos efeitos colaterais.

“E isto é muito importante. Temos de perceber qual é a evidência que a nossa directora-geral da Saúde tem para dizer, à partida, que pessoas a partir de uma determinada idade não devem ser vacinadas: se é para as proteger ou para as expor”, declarou Miguel Guimarães.

Contudo, numa primeira análise, o bastonário da Ordem dos Médicos considerou “estranho” que pessoas “mais frágeis, menos resistentes e que sofrem mais com a infecção não estejam a ser protegidas”, remetendo para mais tarde uma “resposta mais concisa” sobre o assunto.

Em reacção às notícias esta sexta-feira veiculadas, o coordenador da task force criada pelo Governo para definir todo o plano de vacinação contra a covid-19, Francisco Ramos, explicou esta sexta-feira à Lusa que a proposta apresentada pela DGS “não tem qualquer limite de idade para as pessoas internadas em lares”.

Os residentes em lares, de qualquer idade, os funcionários destas instituições, os profissionais de saúde, das forças de segurança e os idosos com comorbilidades severas são os grupos prioritários propostos pela DGS para a vacina contra a covid-19, declarou Francisco Ramos.

Já hoje, o primeiro-ministro rejeitou a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem doenças graves não terem acesso prioritário às vacinas contra a covid-19, alegando que “há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos”.

“Não é admissível desistir de proteger a vida em função da idade. As vidas não têm prazo de validade”, declarou António Costa à agência Lusa, depois de questionado sobre a possibilidade, noticiada hoje por alguns órgãos de comunicação social, de todos os maiores de 75 anos sem comorbilidades ficarem de fora do acesso prioritário à vacina contra o novo coronavírus.

António Costa acrescenta que “há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos”.

O Governo criou uma task force para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas, tem um mês para definir todo o processo.

Um despacho publicado na quarta-feira em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, esta task force tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.

A task force tem um núcleo de coordenação, liderado pelo ex-secretário de Estado Francisco Ramos e que inclui elementos da Direcção-Geral da Saúde, Infarmed e dos ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna e conta com o apoio técnicos de diversas estruturas.

O Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P. (INSA), os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e o Serviço de Utilização Comum.