CDS pede audição urgente de responsável pela “task force” que vai delinear plano de vacinação
A task-force tem um mês para definir o processo de vacinação. Um despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República revela que o mandato desta equipa é de seis meses, podendo ser ajustados à evolução da pandemia.
O CDS-PP requereu esta sexta-feira uma audição parlamentar, com carácter de urgência, do responsável pela “task force” que vai delinear o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, o ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O CDS-PP requereu esta sexta-feira uma audição parlamentar, com carácter de urgência, do responsável pela “task force” que vai delinear o plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal, o ex-secretário de Estado da Saúde, Francisco Ramos.
“Em Portugal ainda não se conhece qualquer plano de vacinação [contra a covid-19] e só agora foi criada uma “task force” que deverá estruturar todo este processo”, critica a bancada parlamentar democrata-cristã, através de um requerimento endereçado à presidente da Comissão Parlamentar de Saúde.
O CDS considera que esta “task force” “tem uma missão crítica e fundamental” e que esta é uma “operação que, para além de extremamente complexa, é uma verdadeira corrida contra o tempo”.
Contudo, as informações são “escassas, avulsas e contraditórias”, advogou o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos.
Por isso, o grupo parlamentar do CDS-PP pede “uma audição, com carácter de urgência, do dr. Francisco Ramos” naquela comissão parlamentar, “para prestar todos os esclarecimentos sobre o plano de vacinação contra a covid-19”.
O CDS “está apreensivo relativamente a esta matéria, mais ainda porque existe a possibilidade de que as farmacêuticas que estão a produzir as vacinas contra a covid-19 tenham reservas quanto ao envio de doses para países que não tenham os sistemas de “delivery” [entregas] bem montados”.
Portugal “ainda não tem” ou, “pelo menos, não fez prova disso”, acrescenta o partido.
As informações prestadas pelo Governo, liderado pelo socialista António Costa, são “contraditórias” e é “fundamental que o parlamento esteja devidamente informado”, advoga ainda o CDS.
A “task force” criada pelo Governo para coordenar todo o plano de vacinação contra a covid-19, desde a estratégia de vacinação à operação logística de armazenamento, distribuição e administração das vacinas, tem um mês para definir todo o processo.
Segundo o despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, esta “task force” tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.
A “task force” tem um núcleo de coordenação, liderado pelo ex-secretário de Estado Francisco Ramos e que inclui elementos da Direção-Geral da Saúde, Infarmed e dos ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna e conta com o apoio técnicos de diversas estruturas.
Ao núcleo de coordenação da “task force” compete entregar em 30 dias todos os documentos necessários para definir na totalidade o plano de vacinação contra a covid-19, tanto do ponto de vista da logística (armazenamento e distribuição das diferentes vacinas), como da estratégia de vacinação (identificação dos grupos alvo prioritários, administração e seguimento clínico de resultados e reacções adversas).
Tem ainda de articular com os organismos responsáveis nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores todos os aspectos necessários à concretização do plano de vacinação contra a covid-19 naquelas regiões.
“A “task force” pode promover audição de organismos relevantes, como associações públicas profissionais e, sempre que entender necessário, solicitar o apoio de outros peritos ou de outras instituições para o desenvolvimento dos trabalhos a realizar”, acrescenta o despacho.
Os elementos que participam na “task force” não auferem qualquer remuneração pelo exercício das suas funções.
Na semana passada, o primeiro-ministro revelou que Portugal estava preparado para comprar cerca de 16 milhões de doses de três vacinas contra a covid-19 e adiantou que Bruxelas prepara um combate às campanhas de desinformação em relação à vacinação.