Apesar de tudo, ainda há Natal em Lisboa
Programa da EGEAC para 2020 tem os habituais concertos, mas fora das igrejas, e inclui conversas e testemunhos que se querem de esperança para o futuro.
Que atire a primeira pedra quem não teve já a tentação de comer todos os chocolates do calendário de Advento logo no primeiro dia. O pensamento passa pela cabeça, mas logo desaparece: a contagem decrescente é mais desafiante.
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Que atire a primeira pedra quem não teve já a tentação de comer todos os chocolates do calendário de Advento logo no primeiro dia. O pensamento passa pela cabeça, mas logo desaparece: a contagem decrescente é mais desafiante.
“Desafiante” é a palavra escolhida pela empresa municipal de cultura de Lisboa, a EGEAC, para descrever 2020. A programação “Natal em Lisboa”, revelada esta quinta-feira, é mais circunscrita do que em anos anteriores, mas traz consigo a mensagem de que, apesar de tudo, ainda há um Natal para celebrar.
É por isso que uma das novidades do programa é o Calendário do Alento, para consumir como se devoram os chocolates – um de cada vez. De 1 a 23 de Dezembro, personalidades do meio artístico divulgam em vídeo os seus “desejos para o novo ano” ou as esperanças, anseios e devaneios que bem entenderem. Diz a EGEAC, no seu site, que quis lançar o “Natal em Lisboa” com uma pergunta: “O que nos salva?”
A resposta será dada, diariamente às 18h nas redes sociais da empresa e da Câmara de Lisboa, por pessoas como Lena d’Água, Bordalo II, Capicua, Jorge Silva Melo, Alice Vieira ou Jorge Palma.
Como habitualmente, a música ocupa lugar de destaque na programação, mas desta vez as igrejas ficam fora do roteiro, transitando todos os concertos para salas de espectáculos onde é mais fácil cumprir o desafogo necessário em contexto de pandemia.
A 2 de Dezembro a Orquestra Clássica Metropolitana apresenta-se no Teatro Tivoli BBVA para interpretar a Sinfonia nº 1 de Beethoven e Exsultate, jubilate, de Mozart. Dois dias depois, no Capitólio, a Orquestra de Jazz do Hot Clube vai tocar músicas natalícias americanas, entre as quais estão inevitáveis como Let it Snow ou I’ll be home for Christmas.
Haverá ainda um concerto da Orquestra Orbis, no Tivoli, a 9 de Dezembro, com peças de Mendelssohn, Mozart, Pedro Teixeira da Silva (que dirige) e parte de As Quatro Estações, de Vivaldi. Os Músicos do Tejo interpretam, a 11 de Dezembro, no Coliseu, o Messias, de Händel, e para os fãs de Bach há um concerto da Camerata Atlântica, no São Jorge, a 16 de Dezembro, só com peças do compositor barroco alemão.
Em todas as quintas-feiras do mês, no Teatro do Bairro, haverá conversas em redor do tema “O que nos salva”. Luísa Sobral, Rui Cardoso Martins, Isabel Abreu, Filipe Homem Fonseca e Márcia são alguns dos convidados para falar sobre Arte (3 de Dezembro), Amor (10) e o Outro (17).
No Teatro Romano haverá um espectáculo de videomapping, a 18 de Dezembro, e a pensar nas crianças estão previstas visitas animadas ao núcleo Santo António do Museu de Lisboa e uma oficina de fado, no mesmo local.