Houve um tempo em que o oratório, quer dizer, uma caixa de madeira portátil que acolhia José, Maria e Jesus e passava temporadas em casa dos paroquianos, era parte do dia-a-dia do lar católico, uma espécie de recordação da família perfeita na qual deviam tornar-se. Esse tempo, o dos oratórios como ritual comunitário, passou. A família está muito longe de ser o que era. Mas foi a essa era em que via o oratório entrar e sair de casa que o autor, encenador e actor Elmano Sancho encontrou inspiração, quando — disse em entrevista ao PÚBLICO — resolveu “escrever sobre o pai na ausência da mãe, sobre a mãe na ausência do pai e sobre o filho na ausência dos dois.” E aqui estamos, na trilogia A Sagrada Família, que, neste capítulo, conta com uma peça fundamental: Custódia Gallego.
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Houve um tempo em que o oratório, quer dizer, uma caixa de madeira portátil que acolhia José, Maria e Jesus e passava temporadas em casa dos paroquianos, era parte do dia-a-dia do lar católico, uma espécie de recordação da família perfeita na qual deviam tornar-se. Esse tempo, o dos oratórios como ritual comunitário, passou. A família está muito longe de ser o que era. Mas foi a essa era em que via o oratório entrar e sair de casa que o autor, encenador e actor Elmano Sancho encontrou inspiração, quando — disse em entrevista ao PÚBLICO — resolveu “escrever sobre o pai na ausência da mãe, sobre a mãe na ausência do pai e sobre o filho na ausência dos dois.” E aqui estamos, na trilogia A Sagrada Família, que, neste capítulo, conta com uma peça fundamental: Custódia Gallego.