Covid-19: AstraZeneca avança com ensaio adicional para “validar” eficácia da vacina
O presidente da empresa afirma que os novos testes não deverão atrasar a aprovação da vacina. Criadores da vacina russa disseram deveriam combinar as vacinas para aumentar a eficácia.
A farmacêutica AstraZeneca vai realizar um “estudo adicional” para validar os resultados da eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus, depois de ter revelado que houve mudanças imprevistas na dosagem no primeiro ensaio. Rússia quer que novo estudo combine vacina britânica e russa para aumentar a eficácia.
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A farmacêutica AstraZeneca vai realizar um “estudo adicional” para validar os resultados da eficácia da sua vacina contra o novo coronavírus, depois de ter revelado que houve mudanças imprevistas na dosagem no primeiro ensaio. Rússia quer que novo estudo combine vacina britânica e russa para aumentar a eficácia.
Porém, o presidente da empresa, Pascal Soriot, disse, em entrevista à Bloomberg, não ser de esperar que estes novos testes atrasem a aprovação da vacina por parte das entidades reguladoras da saúde do Reino Unido e da União Europeia.
A AstraZeneca e a Universidade de Oxford publicaram os resultados preliminares da fase três do seu estudo clínico esta semana.
Um grupo de voluntários recebeu a dose completa da vacina, com um resultado de 62% de eficácia, enquanto outro tomou meia dose, seguida de uma completa um mês depois, um método que demonstrou ter 90% de eficácia.
Oxford admitiu esta quinta-feira que não estava inicialmente previsto inocular meia dosagem da vacina a qualquer voluntário, mas que isso foi fruto de um erro no processo de fabrico do produto.
Assim que foi detectada que a primeira vacina tinha começado a ser inoculada com uma concentração abaixo da planeada foi decidido alterar o protocolo do estudo, de acordo com o “órgão regulador” de saúde, informou a universidade numa nota.
“Agora que descobrimos o que parece ser a fórmula mais eficaz, precisamos de a validar através de um estudo adicional”, afirmou Soriot.
O responsável da AstraZeneca explicou também que, provavelmente, será feito um novo “estudo internacional”, embora tenha garantido que “pode ser mais rápido” que os anteriores, dado que os investigadores já sabem que a eficácia da vacina é “elevada” e precisam de “um número reduzido de pacientes”.
Soriot ressalvou que a autorização para iniciar a vacinação em alguns países continua prevista para antes do final do ano, embora nos Estados Unidos o processo seja mais demorado, já que os testes foram realizados fora daquele país.
Criadores russos da Sputnik V apelam a que se combine vacinas
Os criadores da vacina Sputnik V contra a covid-19, afirmara, esta quinta-feira, que a AstraZeneca deveria tentar combinar a sua vacina experimental com a russa para aumentar a eficácia.
A Rússia anunciou que a sua vacina Sputnik V é 95% eficaz na protecção das pessoas contra a covid-19, de acordo com resultados de ensaios provisórios.
“Sugerimos que experimentem um regime de combinação da vacina AZ com a vacina #SputnikV contra o vector adenoviral humano para aumentar a eficácia”, disseram os criadores da vacina russa na sua conta do Twitter. “A combinação de vacinas pode revelar-se importante para as revacinações.”