Bitcoin volta a subir acima dos 19 mil dólares

Dois anos depois, a mais famosa das criptomoedas voltou a subir acima dos 19 mil dólares. Um dos motivos é a pandemia de covid-19.

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A última vez que a bitcoin chegou aos 19 mil dólares foi em 2017 Reuters/DADO RUVIC

A bitcoin ultrapassou o marco dos 19 mil dólares (cerca de 15,9 mil euros) esta terça-feira. O ano de 2020 tem sido bom para a mais conhecida das criptomoedas que subiu 160% nos últimos 12 meses e volta a aproximar-se do pico dos 20 mil dólares. É uma meta que a moeda digital esteve perto de atingir em Dezembro de 2017, antes de desvalorizar a pique em 2018 e cair até aos três mil dólares.

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A bitcoin ultrapassou o marco dos 19 mil dólares (cerca de 15,9 mil euros) esta terça-feira. O ano de 2020 tem sido bom para a mais conhecida das criptomoedas que subiu 160% nos últimos 12 meses e volta a aproximar-se do pico dos 20 mil dólares. É uma meta que a moeda digital esteve perto de atingir em Dezembro de 2017, antes de desvalorizar a pique em 2018 e cair até aos três mil dólares.

A pandemia de covid-19 é uma das responsáveis pela nova subida do interesse na moeda que começou a ser vista como uma forma de proteger fundos contra a inflação e a instabilidade económica. Afinal, a bitcoin foi criada no meio da crise financeira de 2008 pelo misterioso Satoshi Nakamoto (de quem nada se sabe ao certo além do nome japonês que se pensa ser um pseudónimo) como uma proposta alternativa ao sistema bancário tradicional.

Na altura, a proposta de Nakamoto era criar um “sistema de dinheiro electrónico” (apenas existe no mundo digital) “que usa redes peer-to-peer” (os computadores estão ligados uns aos outros, de forma descentralizada). O registo das transacções é permanente e todas as partes ligadas à rede têm a sua cópia da base de dados. 

Uma das vantagens da divisa é o carácter anónimo (o nome do utilizador não fica registado na transacção), mas é esta mesma característica que a torna apelativa para actividades de fuga ao fisco e lavagem de dinheiro e motiva a desconfiança do sistema bancário tradicional. Todas as transacções na rede bitcoin são armazenadas pública e permanentemente na rede, o que significa que qualquer pessoa pode ver o saldo e as transacções de qualquer endereço de bitcoin se o conhecer. Este é um dos motivos pelo qual vários utilizadores de bitcoin recomendam que não se use um endereço de bitcoin mais do que uma vez.

Em 12 anos, o sistema fez alguns milionários mas também levou outras pessoas a perder muito dinheiro. Em 2016, a Comissão Europeia sugeriu regras para “aumentar a transparência das transacções ao associá-las à identidade dos utilizadores [de divisas digitais]”. 

Com a subida do valor em 2020, vários serviços online voltaram a olhar para a bitcoin com interesse. Em Outubro, por exemplo, a carteira digital PayPal anunciou uma nova funcionalidade que permite aos utilizadores comprar, venderem ou guardarem criptomoedas.

Embora a bitcoin seja aceite como um método de pagamento por um número crescente de empresas (o site de namoro okCupid, a loja online da Microsoft e os serviços premium no site do Reddit são exemplos), a divisa está longe de ser uma forma de pagamento em massa.

Em 2020, um dos grandes motivos para se ter bitcoins é mesmo a esperança que o valor suba (para lucrar com a venda de bitcoins), o que mostra que a valorização resulta em grande parte da especulação. Na tarde de quarta-feira, dia 25 de Novembro, o valor da bitcoin já tinha descido ligeiramente e rondava os 18,904 dólares (15,807 euros) segundo o site especializado CoinDesk o que ilustra as oscilações constantes da moeda.

Um estudo de 2018, mostrou mesmo que a volatilidade das criptomoedas não vem das vantagens económicas em adquirir estas divisas, mas das emoções e do estado de espírito dos investidores quando vêem o preço a subir ou a descer.

Editado: Clarificado que embora a bitcoin não registe o nome do utilizador, é possível identificar alguém a partir da sua chave pública.