Alemanha elege sucessor de Angela Merkel em Setembro de 2021

Armin Laschet, Friedrich Merz e Norbert Röttgen estão na linha da frente para chefiar a CDU, que deverá escolher o líder em Janeiro.

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Angela Merkel está à frente do Governo alemão há 15 anos Michael Kappeler/Reuters

O Governo alemão anunciou esta quarta-feira que as próximas eleições gerais no país vão realizar-se a 26 de Setembro de 2021, data em que será escolhido o sucessor da chanceler Angela Merkel, que já anunciou que não vai concorrer a um quinto mandato. 

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O Governo alemão anunciou esta quarta-feira que as próximas eleições gerais no país vão realizar-se a 26 de Setembro de 2021, data em que será escolhido o sucessor da chanceler Angela Merkel, que já anunciou que não vai concorrer a um quinto mandato. 

A data anunciada pela porta-voz do Governo, Martina Fietz, terá ainda de ser confirmada pelo Presidente Frank-Walter Steinmeier.

A União Democrata Cristã (CDU) vai escolher o próximo líder num congresso a realizar no próximo mês de Janeiro, ainda sem data marcada, depois de a reunião magna do partido, inicialmente marcada para 4 de Dezembro, ter sido adiada devido à pandemia de covid-19.

Os principais candidatos a liderar a CDU e também a concorrer ao cargo de chanceler são Armin Laschet, líder do estado federado da Renânia do Norte-Vestefália, o ex-eurodeputado Friedrich Merz e Norbert Röttgen, ex-ministro do Ambiente e presidente da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros do Bundestag (Parlamento alemão).

Em 2018, Angela Merkel anunciou que não pretendia concorrer a um quinto mandato em 2021, abrindo uma disputa pelo poder no interior da CDU. Annegret Kramp-Karrenbauer chegou a ser eleita a sucessora de Merkel em Dezembro de 2018, mas, em Fevereiro deste ano, acabou por afastar-se após uma vaga de críticas.

Desde o anúncio de Merkel, o partido tem estado dividido entre os que defendem a continuidade da política actual, mais ao centro, e os que preferem uma uma viragem à direita para captar algum eleitorado que fugiu para a Alternativa para a Alemanha (AfD), actualmente o terceiro partido com maior representação parlamentar no país, a seguir ao Partido Social-Democrata (SPD), parceiro de coligação da CDU no executivo. 

A pandemia de covid-19 veio aumentar a incerteza sobre o futuro da CDU, que, no entanto, continua a liderar nas sondagens a nível nacional com 36% das intenções de voto, um número que tem sido consistente desde o início da pandemia de covid-19.

O segundo lugar nas sondagens tem sido disputado entre o SPD e os Verdes, que têm crescido consistentemente nos últimos anos, sobretudo junto do eleitorado mais jovem, o que leva o partido a assumir-se cada vez como um partido de poder – as sondagens dão-lhes entre 16% a 18% dos votos, enquanto o SPD tem-se mantido nos 16%.

Em quarto lugar, surge a AfD, que não tem ultrapassado os 10%.

O sucessor de Angela Merkel ficará, assim, com o caminho aberto para vir a ser eleito chanceler em Setembro, apesar de outros nomes puderem baralhar as contas.

Um dos casos que está a gerar mais expectativa é o de Markus Söder, chefe do governo da Baviera e dirigente da União Social Cristã (CSU), partido-gémeo da CDU na Baviera, cuja popularidade aumentou substancialmente na Alemanha devido à sua gestão da pandemia - antecipou-se aos restantes estados e impôs medidas de confinamento mais cedo. 

A ambição do dirigente da CSU, no entanto, deve esbarrar na nomeação do próximo líder da CDU em Janeiro, que dificilmente abdicará de tentar chefiar o próximo Governo alemão.