Homenagem com toque de Zaidu

FC Porto cumpriu a missão em Marselha, onde alcançou a terceira vitória consecutiva na Liga dos Campeões. Foi também o terceiro encontro seguido com a baliza intocável.

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LUSA/Guillaume Horcajuelo

Sem o nível exibicional ou a alma que muitos esperariam de uma equipa marcada pelo desaparecimento de Reinaldo Teles, uma das figuras mais relevantes do clube, o FC Porto cumpriu o essencial na deslocação a Marselha (0-2), ficando a um curtíssimo ponto da qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que poderá carimbar já na recepção ao Manchester City.

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Sem o nível exibicional ou a alma que muitos esperariam de uma equipa marcada pelo desaparecimento de Reinaldo Teles, uma das figuras mais relevantes do clube, o FC Porto cumpriu o essencial na deslocação a Marselha (0-2), ficando a um curtíssimo ponto da qualificação para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões, que poderá carimbar já na recepção ao Manchester City.

O encontro no Vélodrome, da 4.ª jornada do Grupo C, começava logo após os ingleses terem garantido o apuramento, na Grécia, o que representava uma boa notícia tanto para o FC Porto quanto para o Marselha. Para os portistas, era o abrir da porta da próxima fase; para os franceses o  sinal de que, em caso de derrota (como se confirmou), continuavam na luta pela Liga Europa.

Mas, estranhamente, quando se esperava um FC Porto unido e concentrado, empenhado em conseguir uma entrada personalizada, também para homenagear Reinaldo Teles e potenciar a derrota do Olympiacos, assistiu-se a um início de jogo titubeante, pastoso, repleto de passes falhados, com a defesa a convidar, descaradamente, o Marselha a testar os reflexos de Marchesín, como ia fazendo Sanson logo aos 4 minutos, - valeu a intervenção oportuna de Sérgio Oliveira.

Os “dragões” pareciam ausentes, ainda que fossem suficientemente competentes para evitar o golo da equipa francesa, a alinhar sem Payet e Benedetto. A explicação para uma exibição demasiado curta em termos ofensivos, sem qualquer remate “azul e branco” até aos 37 minutos - numa investida de Zaidu - poderia estar na teia montada por André Villas-Boas, a exercer uma pressão alta que roubava espaço, tempo e argumentos a Otávio, Corona e Sérgio Oliveira, escudados por Grujic.

 O médio sérvio emprestado pelo Liverpool haveria, aliás, de estar no melhor e no pior: primeiro a emergir no lance do golo de Zaidu, usando a estatura para ganhar de cabeça, na sequência do canto que acabou por dar vantagem à equipa portuguesa. Mais tarde, porém, seria expulso.

Mas antes, o FC Porto terminava uma primeira parte cinzenta com o alento de que precisava para manter o Marselha no limbo da competição, já que nova derrota deitaria por terra todas as possibilidades de qualificação para a formação francesa.

Apesar desse impulso, a segunda parte não trouxe um “dragão” mais virtuoso ou perigoso, revelando a mesma tendência, com a equipa da casa em busca do empate. Mas também empenhada em interromper a série de 12 derrotas consecutivas na competição milionária, que, no final, acabou por agravar, passando a deter um novo recorde negativo e deixando o Anderlecht em segundo. 

Atento e sem absolutamente nada a perder, Villas-Boas lançou Payet, Benedetto e Cuisance na tentativa de definir melhor os lances de ataque e explorar as hesitações portistas. Alterações que o Marselha poderia ter potenciado quando Grujic recebeu ordem de expulsão (67’), expondo a equipa a mais de vinte minutos de dificuldades. 

Uma desvantagem que, para felicidade de Sérgio Conceição, não durou mais do que um par de minutos, fruto da expulsão do central Balerdi, punido por derrubar Marega na área francesa, provocando uma grande penalidade fatal para as aspirações da equipa. De um momento para o outro, o FC Porto transformava uma situação de grande apuro numa vantagem reforçada pelo golo de Sérgio Oliveira, que voltou a marcar na Liga dos Campeões (72’).

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Percebendo que só algo de anormal poderia tirar-lhe esta vitória, Sérgio Conceição aproveitava para refrescar a equipa, poupando Marega, Luis Díaz e Corona ao mesmo tempo que  promovia a estreia na prova do jovem João Mário.

Ao Marselha restava tentar evitar uma despedida completamente negativa da Liga dos Campeões, nem que fosse com  a obtenção do primeiro golo na competição. Mas os avançados franceses provaram que não é por mero acaso que a equipa cujo lema é precisamente “direito ao golo” não conseguiu ainda um único remate certeiro nesta edição da prova.

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Benedetto ainda atirou ao poste da baliza de Marchesín, num cabeceamento oportuno, mas estava escrito que o FC Porto não sofreria qualquer golo numa noite que acabou, essencialmente pelo resultado e pela iminente qualificação, por servir como uma espécie de homenagem em dia de luto.