Marina Foïs vai apresentar a próxima cerimónia dos Césares
Actriz foi uma das vozes críticas do status quo na Academia do cinema francês, que em 2021 quer virar definitivamente a página sobre este ano de todas as polémicas e mudanças.
Não se sabe ainda que condicionamentos a pandemia da covid-19 vai trazer à cerimónia dos Césares do próximo ano, marcada para a noite de 26 de Fevereiro, em Paris, mas soube-se esta terça-feira que a sua apresentadora será Marina Foïs.
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Não se sabe ainda que condicionamentos a pandemia da covid-19 vai trazer à cerimónia dos Césares do próximo ano, marcada para a noite de 26 de Fevereiro, em Paris, mas soube-se esta terça-feira que a sua apresentadora será Marina Foïs.
A escolha da Academia do cinema francês recaiu nesta actriz de 50 anos, já com uma carreira de mais de sete dezenas de filmes, e trabalhos também como realizadora e argumentista, mas que, sobretudo, é um rosto que personifica a renovação da própria instituição. Marina Foïs foi uma dos 400 subscritores do documento que, em Fevereiro passado, exigiu “mais igualdade, mais diversidade, menos à priori e mais mudanças” na Academia, num movimento que levaria à demissão do presidente Alain Terzian (o produtor ocupava o cargo há já 17 anos) e da sua direcção. A actriz integra a nova administração da Academia, depois das mudanças drásticas ocorridas ao longo deste ano recheado de polémicas.
Marina Foïs, que conta na sua carreira já cinco nomeações para os Césares — desde a candidatura a melhor revelação feminina por Filles Perdues, Cheveux Gras (Claude Duty, 2002) à de melhor actriz por O Workshop (Laurent Cantet, 2017) —, vai substituir na Sala Pleyel a sua colega Florence Foresti, que, a 28 de Fevereiro, apresentou a cerimónia que ficaria marcada pelos protestos motivados pelo anúncio do nome de Roman Polanski como vencedor da estatueta para o melhor realizador pelo filme J'accuse - O Oficial e o Espião. Nessa noite, em plena plateia, as duas actrizes e a realizadora de Retrato de uma Rapariga em Chamas, Adèle Haenel, Noémie Merlant e Céline Sciamma, levantaram-se, gritaram o seu protesto e abandonaram a sala.
Ao longo do ano, a Academia das Artes e Técnicas do Cinema/Associação para a Promoção do Cinema foi “palco” de um demorado processo de renovação, que terminou, em Setembro, com a eleição de uma nova administração, desta vez paritária, com 164 membros, e presidida pelo tandem Véronique Cayla/Éric Toledano.
O caderno da renovação da instituição, noticia a AFP, foi concluído no início do corrente mês de Novembro com a alteração dos velhos estatutos que garantiam o assento vitalício na assembleia-geral a 18 figuras históricas — e entre elas encontrava-se o próprio Roman Polanski, que, entretanto, tinha renunciado já à sua cadeira.
Marina Foïs foi actriz em inúmeros dramas e comédias, em títulos como Tal Pai, Tal Mãe (Martin Bourboulon, 2015), ou Não Minha Filha, Tu Não Vais Dançar (Christophe Honoré, 2009), e encabeça o elenco de uma nova comédia actualmente em cartaz em França, Énorme (2019), de Sophie Letourneur. Em pós-produção tem o filme La Salamandre, realização do anglo-brasileiro Alex Carvalho, que a reúne a Anna Mouglalis numa história dramática passada no Recife.