Cantora portuguesa Maria Mendes nomeada para Grammy

Maria Mendes está nomeada para Grammy de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema Asas Fechadas, de Amália Rodrigues.

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joel bessa

A cantora portuguesa Maria Mendes está nomeada para os Grammy, os prémios norte-americanos de música, pelos arranjos do tema Asas Fechadas, cuja assinatura partilha com o pianista John Beasley, foi esta terça-feira anunciado.

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A cantora portuguesa Maria Mendes está nomeada para os Grammy, os prémios norte-americanos de música, pelos arranjos do tema Asas Fechadas, cuja assinatura partilha com o pianista John Beasley, foi esta terça-feira anunciado.

De acordo com a lista de nomeados, a cantora Maria Mendes está indicada para o Grammy de Melhores Arranjos, Instrumentais e Vocais, com o tema Asas Fechadas, de Amália Rodrigues, que gravou no álbum Close to me, com John Beasley e a Metropole Orkest, orquestra holandesa de jazz sinfónico, lançado em Outubro de 2019.

Foi com este mesmo tema que Maria Mendes e John Beasley estiveram nomeados este ano para os Grammy Latino, sem que tenham conquistado o prémio na sua categoria.

Close to me é o terceiro disco da cantora portuguesa, radicada há mais de uma década na Holanda, e o primeiro totalmente cantado em português.

Em entrevista à agência Lusa, quando o álbum saiu, Maria Mendes recordou que a ideia de “pegar no fado e no folclore português, e tê-los como ponto de partida para um conceito criativo musical mais moderno e mais conceptual”, surgiu na sequência de um convite para integrar as festividades do Dia do Jazz, em Roterdão.

Entre os 11 temas que compõem o álbum há adaptações de alguns fados “menos conhecidos”, como Asas Fechadas, de Amália — nomeado para os Grammy —, e outros “um bocadinho mais óbvios”, como Foi Deus e Tudo isto é fado.

A decisão de incluir a orquestra surgiu no momento final da adaptação musical e arranjos, que Maria Mendes partilhou com o produtor do álbum, John Beasley, “um dos maiores produtores e directores musicais de jazz internacional”.

Para a 63.ª edição dos Grammy, a cantora norte-americana Beyoncé é a que soma mais nomeações, em nove categorias, nomeadamente as de Gravação do Ano e de Melhor Performance R&B, com a música Black Parade. Black is king, que a cantora lançou este ano na plataforma Disney +, está indicado para Melhor Filme Musical.

Com seis nomeações cada, seguem a cantora britânica Dua Lipa, o rapper norte-americano Roddy Ricch e a cantora norte-americana Taylor Swift.

Para o Grammy de Álbum do Ano estão nomeados Chilombo, de Jhené Aiko, o disco homónimo dos Black Pumas, Everyday life, dos Coldplay, Djesse vol. 3, de Jacob Collier, Women in music Pt. III, das Haim, Future Nostalgia, de Dua Lipa, e Hollywood's Bleeding, de Post Malone.

Para esta edição, há a registar várias estreias em nomeações, nomeadamente do cantor Harry Styles, em três categorias com o álbum Fine Line, os sul-coreanos BTS, nomeados para Melhor Performance em Duo ou Grupo, e os Strokes para Melhor Álbum Rock com The New Abnormal.

Nas categorias de Melhor Canção Rock e Melhor Performance Rock dominam as mulheres, estando nomeadas Fiona Apple, Brittany Howard, Haim, Grace Potter, Phoebe Bridgers e Big Thief, liderados por Adrianne Lenker.

A agência noticiosa Associated Press constata que as escolhas para os Grammy também reflectem o espírito dos tempos, nomeadamente o movimento Black Lives Matter, surgido este ano em protesto pela morte de vários cidadãos afro-americanos, com a nomeação das canções Black Parade, de Beyoncé, I can't breathe”, de H.E.R., ou Lockdown, de Anderson Paak.

Paul McCartney, que acumula 18 Grammy, regista hoje a 79.ª nomeação para os prémios, desta vez como director artístico de uma edição especial do álbum Flaming Pie.

Este ano volta a haver nomeações a título póstumo, nomeadamente do músico John Prine, que morreu em Abril passado, e que está indicado em duas categorias com o tema I Remember Everything, e do cantautor Leonard Cohen, que morreu em 2016, mas de quem foi editado o último álbum de estúdio, Thanks for the Dance, indicado para Melhor Álbum Folk.

No capítulo da lusofonia, destaque para a nomeação de Bebel Gilberto para o Grammy de Melhor Álbum de Música do Mundo com Agora, e do guitarrista Chico Pinheiro para o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Latino com City of Dreams.

A 63.ª edição dos Grammy está marcada para 31 de Janeiro de 2021 com apresentação de Trevor Noah.