Estudo no Kansas mostra que uso de máscaras ajuda a abrandar a pandemia

Um estudo norte-americano compara a evolução da pandemia em estados que impuseram o uso de máscara com estados que optaram por não o fazer e conclui que o uso obrigatório de máscara ajudou a abrandar a propagação do coronavírus SARS-CoV-2.

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Uso de máscaras nos Estados Unidos só é obrigatório em alguns estados LUSA/JUSTIN LANE

É Novembro e são quase universais os pedidos das autoridades para que se use máscara, especialmente em locais fechados ou locais abertos quando o distanciamento social não possa ser assegurado. Já o uso de máscara nos Estados Unidos não é tão consensual, mas o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos –​ a autoridade responsável pela gestão da pandemia no país – mostra num estudo publicado na sexta-feira que a pandemia abrandou em regiões que impuseram o uso generalizado de máscara.

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É Novembro e são quase universais os pedidos das autoridades para que se use máscara, especialmente em locais fechados ou locais abertos quando o distanciamento social não possa ser assegurado. Já o uso de máscara nos Estados Unidos não é tão consensual, mas o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos –​ a autoridade responsável pela gestão da pandemia no país – mostra num estudo publicado na sexta-feira que a pandemia abrandou em regiões que impuseram o uso generalizado de máscara.

Com dados reunidos sobre o estado do Kansas, o CDC concluiu que o número de casos de covid-19 baixou nos condados norte-americanos em que o uso de máscara passou a ser obrigatório; inversamente, os condados que optaram por não impor a medida assistiram a um aumento no número de casos de infecção.

Os resultados no Kansas condizem também com o declínio de casos de covid-19 em 15 estados e no distrito de Columbia, onde o uso de máscaras passou a ser obrigatório. Essa descida é ainda mais visível quando se compara com a evolução da pandemia em estados que não impuseram o uso obrigatório de máscaras.

À rádio pública americana NPR, um professor da Escola de Medicina da Universidade de Indiana, Aaron Carroll, afirmou que os dados no Kansas “são mais um acrescento às provas que dizem que o uso em massa e generalizado de máscaras ajuda a abrandar a propagação de covid-19”.

O Kansas tornou o uso de máscaras obrigatório no dia 3 de Julho – no entanto, a lei dava a possibilidade a diversos condados do estado de não adoptar a medida. Houve 81 condados que não impuseram o uso de máscaras (e os casos cresceram); os restantes 24 condados, onde se concentra grande parte da população do estado, assistiram então a um decréscimo no número diário de casos de covid-19.

Em média, diz o estudo, os casos nos condados que tornaram obrigatório o uso de máscaras diminuíram em 6%, tendo em conta as médias de novos casos diários por semana; por outro lado, os condados que optaram por dispensar o uso obrigatório de máscara assistiram a um crescimento de 100% na média do número de casos diários por semana.

O CDC adianta ainda que nos condados onde as restantes orientações de saúde foram sendo mais promovidas, como o distanciamento físico e a lavagem frequente das mãos, notou-se um decréscimo ainda maior na média do número de novos casos diários a cada sete dias.

Estas provas do CDC de que o uso de máscara funciona são particularmente relevantes nos Estados Unidos, onde o uso de máscara se tornou assunto político, graças à longa intransigência do Presidente Donald Trump em assumir que as máscaras ajudam a travar a propagação do vírus que causa a covid-19. Do lado dos democratas e do Presidente eleito, Joe Biden, o uso de máscara é incentivado e publicitado.

Só no final de Julho é que o actual Presidente norte-americano passou a elogiar o uso de máscara, afirmando que usar máscara era um “acto patriótico". No entanto, depois de estar infectado com o coronavírus SARS-CoV-2, Trump foi a comícios e a eventos e raramente usou máscara em público.