Bares e restaurantes de Barcelona reabrem: foram cinco semanas de portas fechadas
“As pessoas do bairro” estavam “ansiosas por verem os cafés reabrirem. Têm-nos perguntado todos os dias e estavam ansiosas por esta segunda-feira”
A agitação dos empregados de mesa e o cheiro a café voltaram às ruas de Barcelona esta segunda-feira, com a reabertura de bares e restaurantes na região espanhola da Catalunha, parte de uma redução gradual das restrições postas em prática por causa da pandemia.
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A agitação dos empregados de mesa e o cheiro a café voltaram às ruas de Barcelona esta segunda-feira, com a reabertura de bares e restaurantes na região espanhola da Catalunha, parte de uma redução gradual das restrições postas em prática por causa da pandemia.
Manhã cedo, os fornecedores voltaram a circular, empurrando os seus carrinhos com encomendas, e os empregados de bares, cafés e restaurantes, todos de máscara, começavam a arrumar as mesas nas esplanadas. Dentro dos estabelecimentos, os primeiros clientes, já com saudades, pediam o seu café da manhã com os tradicionais croissants.
“As pessoas do bairro” estavam “ansiosas por verem os cafés reabrirem. Têm-nos perguntado todos os dias e estavam ansiosas por esta segunda-feira”, disse à Reuters Eduardo de Vincenzo, 68 anos, dono de um restaurante.
A Catalunha foi a primeira região espanhola a fechar totalmente bares e restaurantes para fazer face à segunda onda de covid-19 em meados de Outubro, e é a primeira a permitir que voltem ao trabalho quando os números de contágios registam uma redução.
O recolher obrigatório continua em vigor e permanecem duras restrições pelo resto do país, bem como por grande parte da Europa, Portugal incluído.
A região também reabriu teatros, cinemas, salas de música e instalações desportivas ao ar livre com uma ocupação máxima de 50%.
Mas depois do desânimo causado pela segunda paralisação do sector neste ano, os proprietários mostraram-se pouco optimismo, principalmente porque ainda têm que fechar às 21h30.
“É muito difícil porque há impostos, há que pagar tudo, há dívidas. Antes não devíamos nada e agora devemos, é uma triste realidade que acho que aconteceu em todo o planeta”, disse Vincenzo.
Susana Rubio, gerente de outro café, disse que o encerramento afectou os salários de todos os funcionários e antevê que os negócios permanecerão fracos por algum tempo após a pandemia ter sufocado o turismo no segundo país mais visitado do mundo.
“É um processo muito lento... Se não houver turismo, as nossas vendas caem pela metade”, disse.
A Espanha, que tem mais de 1,55 milhão de casos covid-19 - a segunda maior contagem da Europa Ocidental depois da França - e 42.619 mortos - impôs um estado de emergência de seis meses no final de Outubro, dando às regiões suporte legal para impor o recolher obrigatório e restrição de viagens.
As novas infecções nos últimos 14 dias caíram para 419 por 100.000 pessoas na sexta-feira, de 530 na primeira semana de Novembro. Na Catalunha, a taxa caiu para cerca de 390.