Outubro com mais 103 mil desempregados do que um ano antes

Número de inscritos no IEFP baixou de Setembro para Outubro, mas, com a deterioração do mercado de trabalho, o nível de desemprego está 34% acima do registado em Outubro de 2019.

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O desemprego aumentou em praticamente todo o território, comparando Outubro deste ano com igual período de 2019 Paulo Pimenta

Há 403,6 mil pessoas sem trabalho inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O desemprego registado diminuiu em Outubro em relação a Setembro — houve menos 6620 pessoas inscritas nos serviços de emprego —, mas, como o mercado laboral se deteriorou a partir de Março, o nível de desemprego continua a estar em níveis muito elevados quando se olha para a realidade de um ano antes. Face a Outubro de 2019, o desemprego apresenta um crescimento de 34,5%, com mais 103,5 mil pessoas desempregadas, mostram os dados divulgados pelo IEFP nesta quinta-feira.

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Há 403,6 mil pessoas sem trabalho inscritas no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O desemprego registado diminuiu em Outubro em relação a Setembro — houve menos 6620 pessoas inscritas nos serviços de emprego —, mas, como o mercado laboral se deteriorou a partir de Março, o nível de desemprego continua a estar em níveis muito elevados quando se olha para a realidade de um ano antes. Face a Outubro de 2019, o desemprego apresenta um crescimento de 34,5%, com mais 103,5 mil pessoas desempregadas, mostram os dados divulgados pelo IEFP nesta quinta-feira.

O organismo do Ministério do Trabalho refere, numa nota de imprensa, que a redução mensal de Setembro para Outubro acentua a “tendência de estabilização das variações mensais face aos meses de Março, Abril e Maio”.

Em cadeia, o desemprego desceu no Norte (-2,3%), Centro (-4,1%), Lisboa e Vale do Tejo (-2,3%) e Alentejo (-3,4%). Pelo contrário, aumentou no Algarve (+13%), que é a região onde mais se faz sentir os efeitos da pandemia no mercado de trabalho, e também subiu marginalmente nos Açores (0,1%) e Madeira (0,4%).

Quando se compara com a realidade pré-pandemia, os dados do IEFP mostram que, face a Outubro do ano passado, o desemprego aumenta em praticamente todo o território (a excepção são os Açores, onde, apesar da subida marginal entre Setembro e Outubro, o desemprego estava nesse mês quase inalterado face a Outubro anterior, reduziu-se -0,8%).

No Algarve, o desemprego registado disparou 134% face a Outubro de 2019, havendo agora 24.088 pessoas sem emprego (uma diferença de cerca de 13.800 pessoas). Em Lisboa e Vale do Tejo, cresceu 53%, para 133.707 desempregados (mais 46.266 do que um ano antes).

Na Madeira, o número de pessoas registadas como desempregadas também está 31% acima, havendo 19.408 pessoas inscritas nos serviços (mais 4532). O Norte apresenta uma subida de 23%, com 153.022 desempregados (mais 28.944). O Alentejo apresenta uma subida de 19%, para 17.536 (mais 2851 cidadãos). No Centro, há um aumento de 17%, com o número de desempregados a chegar aos 48.843 (mais 7196 do que em Outubro anterior).

Quando a situação epidemiológica se agravou a partir de Março deste ano, levando ao encerramento temporário de muitas empresas, a um aumento dos despedimentos colectivos e a uma redução dos níveis de confiança dada a situação económica geral, o número de pessoas desempregadas foi aumentando, embora com algumas variações.

Se, antes desse agravamento, havia em Fevereiro 315,6 mil desempregados, em Março assistiu-se logo a um salto para os 343,7 mil, depois para 392,3 mil em Março, uma nova subida para um novo patamar, já nos 408,9 mil em Maio.

Seguiu-se uma redução para 406,7 mil em Junho, uma subida para 407,3 mil em Julho, outra em Agosto, para 409,3 mil, e um novo agravamento em Setembro, com o desemprego a chegar aos 410,2 mil. Outubro significou uma redução para 403,6 mil, mas a diferença para Outubro de 2019 continua a ser de acima de 100 mil.

Segundo o IEFP, para essa deterioração homóloga contribuíram todos os grupos elencados pelo instituto para efeitos estatísticos. O desemprego aumento na população masculina e feminina, nos adultos a partir dos 25 anos, nos “inscritos há menos de um ano”, nos que “procuravam novo emprego” ou nos que têm “como habilitação escolar o secundário”.