Rita Laranjinho vai dirigir departamento de África do Serviço de Acção Externa da UE
Embaixadora portuguesa deixa a Dinamarca e assume cargo na cúpula do serviço diplomático europeu.
A embaixadora portuguesa Rita Laranjinha vai ser a nova responsável pela política externa europeia para África, assumindo o cargo de directora-geral (managing director) do departamento dedicado àquele continente no Serviço de Acção Externa da União Europeia a 1 de Dezembro, apurou o PÚBLICO.
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A embaixadora portuguesa Rita Laranjinha vai ser a nova responsável pela política externa europeia para África, assumindo o cargo de directora-geral (managing director) do departamento dedicado àquele continente no Serviço de Acção Externa da União Europeia a 1 de Dezembro, apurou o PÚBLICO.
Com esta nomeação, Portugal volta a estar representado na cúpula do serviço responsável pela gestão das relações internacionais e a condução da política comum de segurança e defesa da UE, dirigido pelo Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell.
O país conta com outros representantes de topo na diplomacia europeia, como é o caso do representante da União Europeia no Reino Unido, João Vale de Almeida, ou do chefe da missão permanente da União Europeia junto da Organização Mundial do Comércio, João Aguiar Machado — dois postos especialmente relevantes no actual contexto de negociações comerciais, quer com o Governo britânico, quer no âmbito das organizações multilaterais.
Porém, ao nível executivo, Portugal não tem a mesma capacidade de intervenção e influência política. Aliás, tornou-se mesmo o único país da União Europeia que perdeu representação em cargos de topo da hierarquia europeia, após a saída de Aguiar Machado da Direcção-geral dos Assuntos Marítimos e Pescas.
Nenhum candidato (ou candidata) com nacionalidade portuguesa foi contemplado nas dezenas de nomeações feitas desde que a alemã Ursula von der Leyen assumiu a presidência da Comissão Europeia, em Dezembro de 2019. Uma análise do jornal online Politico revelava, no mês passado, que 75 dos 356 cargos dirigentes da estrutura do executivo ainda estão por preencher.
Rita Laranjinha chegará a Bruxelas vinda da embaixada de Portugal na Dinamarca, onde foi colocada em 2019, depois de cessar funções como chefe de gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros. O seu desempenho foi reconhecido num diploma de louvor público assinado por Augusto Santos Silva, que descreveu o seu trabalho como “excepcional”.
“No exercício das funções que lhe foram confiadas, a embaixadora Rita Laranjinha destacou-se pela elevadíssima competência profissional, o sentido de serviço público, o empenho constante, a capacidade de liderança e direcção de equipa”, assinalou o governante, acrescentando que “não menos importantes são as suas inúmeras qualidades pessoais”.
Fonte europeia em Bruxelas também elogiou ao PÚBLICO os atributos profissionais de Rita Laranjinha, considerando que a sua escolha para o cargo, numa altura em que a UE está a dar prioridade à sua parceria com o continente africano, é particularmente feliz. “Como portuguesa, tem laços de afinidade históricos e culturais com África que nenhum outro povo europeu consegue desenvolver”, referiu.