Tarantino: depois do cinema, o cinema (mas em livro)

O realizador assinou com a Harper a publicação de dois livros. O primeiro sairá no próximo Verão e será a adaptação literária de Era uma vez em... Hollywood. Seguir-se-á Cinema Speculation, dedicado ao cinema da década de 70.

Foto
“Nos anos 1970, os romances baseados em filmes foram os primeiros livros adultos que li”, diz o realizador de Pulp Fiction Regis Duvignau

Depois de Era uma vez em… Hollywood”, o filme, chegará Era uma vez em… Hollywood, o livro. O autor será o mesmo, Quentin Tarantino. O realizador assinou com a Harper um contrato para a publicação de dois livros, anunciou esta quarta-feira a editora, chancela do grupo editorial americano Harper Collins. No próximo Verão será publicada a adaptação literária do 9.º filme de Tarantino, seguindo-se depois, ainda sem data definida, uma obra de não-ficção, Cinema Speculation, que a Harper descreve como “um mergulho profundo nos filmes dos anos 1970”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois de Era uma vez em… Hollywood”, o filme, chegará Era uma vez em… Hollywood, o livro. O autor será o mesmo, Quentin Tarantino. O realizador assinou com a Harper um contrato para a publicação de dois livros, anunciou esta quarta-feira a editora, chancela do grupo editorial americano Harper Collins. No próximo Verão será publicada a adaptação literária do 9.º filme de Tarantino, seguindo-se depois, ainda sem data definida, uma obra de não-ficção, Cinema Speculation, que a Harper descreve como “um mergulho profundo nos filmes dos anos 1970”.

Apesar da migração para outra expressão criativa, o novo passo na carreira de Tarantino é mais uma demonstração de afecto pelo universo cinematográfico em que se formou e que sustenta de forma declarada a sua filmografia. “Nos anos 1970, os romances baseados em filmes foram os primeiros livros adultos que li enquanto crescia”, explicou o realizador em comunicado citado pela AP. Esta será, diz, a sua contribuição para “este sub-género literário, tantas vezes marginalizado, ainda assim amado”. Tarantino diz-se “radiante” com a possibilidade de “explorar mais” as suas personagens e o seu universo respectivo (a Hollywood de final dos anos 1960, com o pesadelo Charles Manson a pairar por perto), num “empreendimento literário que (esperançadamente) possa ganhar o seu lugar ao lado do seu equivalente cinematográfico”.

Quanto a Cinema Speculation, que nasce, em parte, da admiração que Tarantino nutre pelo trabalho de Pauline Kael, a tão polémica quando admirada crítica de cinema da New Yorker, falecida em 2001 e verdadeira formadora de público e de profissionais da sétima arte, será uma obra híbrida, onde conviverão ensaios, crítica, notas pessoais e especulação sobre diversos “e ses?”.

Quentin Tarantino tem dito que se reformará enquanto realizador após completar o seu décimo filme (conta nove neste momento). A AP recorda uma entrevista de 2019 à GQ Australia, em que o realizador que se estreou com Cães Danados em 1992, aos 29 anos, declara ter chegado “ao fim do caminho” no que a filmes diz respeito. “Vejo-me a escrever livros sobre cinema e a começar a escrever para teatro, portanto continuarei a ser criativo. Julgo apenas que já dei tudo o que podia dar ao cinema”.