Covid-19: Pfizer e BioNTech anunciam novos resultados da vacina — eficácia é de 95%
Os primeiros resultados completos dos ensaios clínicos mostram uma eficácia superior à anunciada anteriormente pelas fabricantes
A Pfizer e a BioNTech, as primeiras fabricantes a anunciar uma vacina contra a covid-19, actualizaram os seus dados sobre eficácia esta quarta-feira: a vacina apresentada tem 95% de eficácia a começar nos 28 dias a seguir à primeira dose, sem efeitos secundários graves, de acordo com os primeiros resultados completos dos ensaios clínicos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Pfizer e a BioNTech, as primeiras fabricantes a anunciar uma vacina contra a covid-19, actualizaram os seus dados sobre eficácia esta quarta-feira: a vacina apresentada tem 95% de eficácia a começar nos 28 dias a seguir à primeira dose, sem efeitos secundários graves, de acordo com os primeiros resultados completos dos ensaios clínicos.
De acordo com esses dados, a vacina conseguiu prevenir casos moderados a graves da covid-19, e mostrou ter uma eficácia de 94% junto dos adultos mais velhos, uma das franjas mais vulneráveis aos efeitos mais graves do novo coronavírus, divulga a BioNTech num comunicado de imprensa.
Nos ensaios clínicos da vacina, que contaram com quase 44.000 voluntários aos quais foram administradas duas doses da vacina com três semanas de intervalo, a Pfizer e a BioNTech vacinaram metade dos participantes com o seu produto e a outra metade com um placebo. Estes voluntários retomaram as suas vidas normais, incluindo o contacto comunitário, mas sob a supervisão dos cientistas que contaram quantos de cada grupo foram infectados com covid-19.
Os resultados mostram que dos 170 casos de infecção registados, 162 aconteceram no grupo que recebeu o placebo e os restantes no grupo que recebeu a vacina. Contaram-se dez casos graves de covid-19, nove deles em pessoas que receberam o placebo.
No momento do primeiro anúncio da vacina, a Pfizer já tinha informado que os ensaios iam continuar até serem detectados pelo menos 164 casos de covid-19 entre os participantes, para se perceber quantos deles foram encontrados no grupo que recebeu o placebo e apurar ao certo a taxa de eficácia. Com essa informação em mãos, a empresa corrigiu os dados revelados anteriormente.
As empresas acrescentaram que a eficácia da vacina se mantém independentemente da idade, cor da pele ou etnia. O efeito secundário mais comum era o cansaço, com 3,7% dos voluntários a reportar episódios de fadiga depois de tomarem a segunda dose, seguido de dor de cabeça (referido por 2% dos voluntários). Os adultos mais velhos tiveram menos efeitos secundários, que também foram menos graves, relatam.
Estes novos resultados estão em linha com o que a Pfizer e a BioNTech revelaram aquando da apresentação dos primeiros resultados: a eficácia estava acima dos 90%. Na segunda-feira desta semana a Moderna apresentou uma segunda vacina com uma eficácia de 94,5%, de acordo com as primeiras análises.
Os dados sobre a vacina da Pfizer com a BioNTech ainda não foram publicados nem revistos por pares, mas vão ser escrutinados pela Food and Drug Administration (FDA, entidade reguladora do mercado farmacêutico dos Estados Unidos) e por um comité consultivo independente, que faz recomendações à agência.
Empresa prepara-se para pedir autorização de emergência para uso da vacina
Também nesta quarta-feira soube-se que a Pfizer pode estar a alguns dias de entregar o pedido de autorização de emergência, nos EUA, para a utilização da vacina que criou. A empresa já tem os dados de segurança de que precisa para submeter uma candidatura à FDA, de acordo com o seu director-geral, Albert Bourla, durante a conferência STAT Summit, do site de jornalismo especializado em saúde, Stat.
De acordo com o comunicado de imprensa divulgado horas mais tarde, o pedido deve ser feito “nos próximos dias”.
A FDA pediu aos fabricantes das vacinas que seguissem os seus voluntários da fase III durante pelo menos dois meses depois do fim dos ensaios clínicos, para garantir que têm tanta informação de segurança quando possível antes que qualquer vacina seja considerada para uso geral.
A Pfizer foi a primeira a anunciar os resultados preliminares dos seus últimos ensaios – e, se tudo correr bem, deverá ser a primeira a conseguir autorização das agências federais, com a vacinação a poder arrancar ainda em Dezembro deste ano (pelo menos nos EUA).