MyJourney é a app de apoio gratuita a quem não concretizou o desejo de ter um ou mais filhos

É uma aplicação de ajuda psicológica a mulheres e homens que não conseguiram ter o número de filhos desejado, independentemente dos motivos.

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Christin Hume/Unsplash

Vários estudos indicam que há mais pessoas a chegar ao final da vida reprodutiva sem ter tido o número de filhos que queria, o que pode levar a um processo de luto. A pensar nisso, nasceu a MyJourney, uma aplicação desenhada para mulheres e homens que, por algum motivo, não tiveram a possibilidade de realizar o desejo de terem um ou mais filhos biológicos. O projecto foi desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Fertilidade da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, em colaboração com a Associação Portuguesa de Fertilidade (AP Fertilidade) e a Fertility Network UK.

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Vários estudos indicam que há mais pessoas a chegar ao final da vida reprodutiva sem ter tido o número de filhos que queria, o que pode levar a um processo de luto. A pensar nisso, nasceu a MyJourney, uma aplicação desenhada para mulheres e homens que, por algum motivo, não tiveram a possibilidade de realizar o desejo de terem um ou mais filhos biológicos. O projecto foi desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Fertilidade da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, em colaboração com a Associação Portuguesa de Fertilidade (AP Fertilidade) e a Fertility Network UK.

É gratuita, intuitiva e inclusiva, podendo ser utilizada em qualquer fase da vida e as vezes que desejar. “São dez passos, que as pessoas vão percorrendo e vão tendo acesso a um conjunto de benefícios, de sugestões de reflexão que resultam de um conjunto de abordagens terapêuticas da psicologia, as terapias cognitivo-comportamentais contextuais, adaptadas às características desta população”, explica Ana Galhardo, uma das responsáveis pelo projecto e fundadora da rede de apoio psicológico da AP Fertilidade, ao PÚBLICO.

“Estamos a falar de uma viagem, uma metáfora muito usada por aqueles que estão nestas circunstâncias. É um trajecto de aceitação, que é difícil. As pessoas acabam por se adaptar: umas mais facilmente, outras mais dificilmente, umas mais rapidamente, outras mais lentamente. Pretendemos é que essa viagem seja mais suave, menos indutora de sofrimento e que possa ser, eventualmente, uma viagem mais curta em termos de tempo”, refere, acrescentando que a aplicação tem “breves testemunhos que, de alguma forma, ajudam a normalizar a experiência e a mostrar que há outras pessoas a passar por situações muito parecidas”.

A MyJourney é uma aplicação e o acesso é exclusivo ao site. Pode ser utilizada no computador, no tablet ou no smartphone. Até ao próximo mês de Agosto, utilizar a aplicação implica estar de acordo em participar num estudo de investigação, que permite perceber qual a viabilidade da ferramenta e o que poderá ser eventualmente melhorado. Quem inicia esta viagem, pode desistir a qualquer momento do processo, salvaguarda a responsável. Os termos de utilização, de privacidade e o tratamento de dados solicitados podem ser consultados aqui.

Segundo Ana Galhardo, este é um projecto “inovador”, uma vez que, do que tem conhecimento, “e não só em Portugal, não existe um programa de acompanhamento psicológico especificamente para estas pessoas”. É preciso ter em conta que a MyJourney é “uma ferramenta útil”, mas que não realiza qualquer diagnóstico e não substitui o trabalho de um psicólogo ou terapeuta. Assim, pode ser recomendado os utilizadores considerarem outro tipo de ajuda, recorrendo a um profissional, a aplicação disponibiliza contactos para tal.

A aplicação, disponível em português e inglês, vai ser apresentada às 18h desta terça-feira, em directo do Facebook da Associação Portuguesa de Fertilidade. Da sessão vão fazer parte Joana Freire, directora da associação, as investigadoras e psicólogas Ana Galhardo e Sofia Gameiro, também responsável pelo projecto, e Pedro Xavier, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Reprodução.

Texto editado por Bárbara Wong