Viver bem com a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
Passear o cão, fazer uma caminhada, ir ao supermercado, subir escadas, ir buscar o correio, andar na praia, brincar com os netos… São muitas as actividades que podem ser feitas de forma prazerosa pelas pessoas que vivem com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e que ajudam a melhorar o seu bem estar físico e mental.
Esta doença respiratória que ainda é desconhecida por muitos, afecta cerca de 800 mil portugueses, 300 milhões de pessoas em todo o mundo e segundo a Organização Mundial de Saúde poderá vir a tornar-se na terceira causa de morte, em 2020. O tabaco é a principal causa da DPOC, uma doença que causa falta de ar, tosse, expectoração e embora seja crónica, tem tratamento. Devidamente controlada, é possível viver com qualidade.
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Esta doença respiratória que ainda é desconhecida por muitos, afecta cerca de 800 mil portugueses, 300 milhões de pessoas em todo o mundo e segundo a Organização Mundial de Saúde poderá vir a tornar-se na terceira causa de morte, em 2020. O tabaco é a principal causa da DPOC, uma doença que causa falta de ar, tosse, expectoração e embora seja crónica, tem tratamento. Devidamente controlada, é possível viver com qualidade.
Como forma de comemorar o Dia Mundial da DPOC, assinalado a 18 de Novembro, a Iniciativa Global para a DPOC (Gold) escolheu uma mensagem positiva partilhada num vídeo onde reforça a importância de “Viver bem com a DPOC – Todos, em todo o lado”.
Com o apoio da A. Menarini Portugal, as principais entidades nacionais na área da saúde respiratória criaram um hino conjunto que tem como objectivo sensibilizar os doentes e os profissionais de saúde. “O que é que já fez hoje?” é a pergunta que serve como ponto de partida para a campanha que une a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e a Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas.
“Os doentes têm todos de fazer medicação, que é essencial para o controlo da sua doença, mas sabemos que, de todos os doentes, aqueles que fazem medicação e exercício físico, têm muito melhor prognóstico e muito menor morbilidade, assim como menor mortalidade”, confirma José Alves, médico pneumologista e presidente da FPP, um dos parceiros da campanha. “É muito importante, por isso, que não se esqueçam que têm de fazer exercício e que este exercício é fundamental para a sua qualidade de vida”, acrescenta o especialista.
Na dúvida, dance
O exercício físico regular dentro daquilo que é possível para os doentes com dificuldade respiratória tem imensos benefícios: além de reforçar o sistema imunitário e de proteger os doentes no que respeita à prevenção de outras infecções respiratórias, reduz a incapacidade, as exacerbações da DPOC, os internamentos e mesmo a mortalidade. Mesmo as rotinas mais simples, mas que obrigam o doente a mexer-se podem ser úteis juntamente com a adequada e correcta adesão ao tratamento. Em caso de dúvida sobre
o tipo de exercício mais indicado para si, aconselhe-se com o seu médico. Mas mesmo as tarefas mais simples são vantajosas.
Mas como podem os doentes enfrentar o medo tendo em conta as limitações provocadas pela sua doença? Paula Pinto, médica pneumologista e presidente da SPP dá uma ajuda e indica que, “muitas vezes, os doentes conformam-se com as suas limitações e acabam por se render a elas, refugiando-se no receio de fazer mais. Perguntar-lhes o que fizeram hoje permite não só perceber se têm a sua DPOC controlada, mas também serve de incentivo para que se mexam”. Os profissionais de saúde têm aqui um papel acrescido na motivação destes doentes para a prática de exercício físico. “Há que questionar os doentes, que podem não valorizar os seus sintomas, perceber qual é a sua rotina e se, de facto, a sua qualidade de vida está aquém do que um tratamento adequado e um estilo de vida ativo poderiam proporcionar”, reforça Isabel Saraiva, presidente da Respira.
Também a reabilitação respiratória, devidamente aconselhada pelo médico assistente, constitui um modo eficaz de melhorar a respiração dos doentes e a sua capacidade de realizar tarefas do dia a dia e de viver melhor a sua doença. Também depende dos doentes o controlo da sua doença.
Trocar o sofá por uma caminhada ou uma ida ao supermercado ou ao café a pé são atitudes que podem realmente fazer a diferença. Além das vantagens a nível físico, o bem-estar mental só tem a ganhar. Coloque a sua música favorita e, em caso de dúvida, dance. “Expirar, clicar, inalar e dançar” é o mote da música que vai assinalar o Dia Mundial da DPOC e contagiar tudo e todos. Caminhe, comece a exercitar o corpo com exercícios simples, faça alongamentos, mexa-se. Na dúvida, dance. E caminhe. Por si e pelo controlo da sua DPOC. Assim, quando médico lhe perguntar “o que é que fez hoje” terá mais histórias para contar.