Easyjet regista primeiro prejuízo anual em 25 anos

Companhia aérea de baixo custo declara perdas de 1200 milhões de euros. Receitas caíram 50% face a 2019 por causa da pandemia.

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Reuters/JON NAZCA

A transportadora aérea easyJet sofreu 1200 milhões de euros de prejuízo no exercício findo a 30 de Setembro, o primeiro ano de perdas num quarto século de história. O resultado comunicado nesta terça-feira ao mercado, na bolsa de Londres, revela quão profundo está a ser o impacto da pandemia no negócio desta companhia aérea de baixo custo, que até ao momento vendeu aviões, recebeu um empréstimo de 668 milhões de euros do governo britânico e despediu 4500 pessoas.

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A transportadora aérea easyJet sofreu 1200 milhões de euros de prejuízo no exercício findo a 30 de Setembro, o primeiro ano de perdas num quarto século de história. O resultado comunicado nesta terça-feira ao mercado, na bolsa de Londres, revela quão profundo está a ser o impacto da pandemia no negócio desta companhia aérea de baixo custo, que até ao momento vendeu aviões, recebeu um empréstimo de 668 milhões de euros do governo britânico e despediu 4500 pessoas.

Face ao exercício de 2019, que tinha fechado com um lucro de 388 milhões de euros, as receitas caíram cerca de 52,9% e o número de passageiros transportados recuou 50%, para 48,1 milhões.

Ainda que Outubro tenha trazido um ligeiro aumento de procura, sobretudo na ligação às ilhas Canárias, a empresa diz que manterá uma abordagem “prudente” ao mercado nos próximos meses. “Devido às actuais restrições nas viagens de mercados onde operamos, a easyJet espera usar não mais do que 20% da sua capacidade no primeiro trimestre do exercício de 2021”, lê-se na comunicação enviada à bolsa londrina.

Não haverá pagamento de dividendos, dado o resultado. Até ao momento, a companhia encaixou 1114 milhões de euros com venda de aeronaves em operações de sale and leaseback (venda e posterior locação). Beneficiou ainda de uma linha de crédito anticovid do governo de Londres e cortou postos de trabalho para tentar reduzir custos operacionais. Um esforço que pode não ficar por aqui, como admite o CEO da empresa.

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Johan Lundgren, CEO da easyJet REUTERS/Klaus Lauer

Johan Lundgren diz que a empresa “continuará a rever todas as opções possíveis para garantir que consegue lidar com as actuais circunstâncias”. “Ainda não sabemos quando começará a recuperação”, prosseguiu, notando, contudo, que “no fim de contas, sabemos que as pessoas querem viajar”. “Bastaram as notícias de uma nova vacina, na passada segunda-feira, para as reservas aumentarem 50%”, ilustrou.

No que diz respeito a Portugal, a companhia anunciou a 8 de Outubro a abertura de uma base aérea em Faro na Primavera do próximo ano, com três Airbus A319 (com 156 lugares cada um) e rotas para 17 destinos internacionais entre Março e Outubro de 2021.

Passa assim a ter três bases no país, depois de Lisboa e Porto, com um investimento que segundo a empresa, criará 100 postos de trabalho.