Covid-19. Facebook apagou 7 milhões de conteúdos nocivos em três meses
Acusado de ser “palco” para desinformação, o Facebook dá números do 2º trimestre. Sempre que é detectada uma informação falsa sobre a pandemia, a rede social elimina-a.
O Facebook, no âmbito do combate à desinformação sobre a covid-19, eliminou sete milhões de mensagens que poderiam causar dano físico, no segundo trimestre, de acordo com os dados mais recentes da rede social.
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O Facebook, no âmbito do combate à desinformação sobre a covid-19, eliminou sete milhões de mensagens que poderiam causar dano físico, no segundo trimestre, de acordo com os dados mais recentes da rede social.
Neste período, a rede social etiquetou com mensagens de advertência 98 milhões de peças de desinformação ligadas à pandemia.
“Graças à nossa rede global de verificadores, entre Abril e Junho, etiquetámos com mensagens de advertência 98 milhões de peças de desinformação ligadas à covid-19 e eliminámos outros sete milhões cujo conteúdo poderia ter derivado em danos físicos”, afirmou em Agosto um porta-voz do Facebook, citado pela Efe.
Além disso, a rede social direccionou “mais de 2.000 milhões de pessoas para recursos de autoridades de saúde” e, quando alguém pretende partilhar um link (ligação) sobre a covid-19, o Facebook mostra “uma mensagem que permite conexão com informação confiável”, disse, na altura, a mesma fonte.
Em Outubro último, David Agranovich, responsável global de interrupção de ameaças do Facebook, afirmava, numa conferência, que a maioria das campanhas de desinformação relacionadas com a covid-19 usa a pandemia apenas como um chamariz para captar a atenção dos utilizadores, que acabam, por vezes, por seguir páginas com outro tipo de conteúdos.
Sempre que é detectada uma informação falsa sobre a pandemia, o Facebook elimina-a. Por exemplo, no mês passado, a rede social fechou a página de um partido político nacionalista da Nova Zelândia, dois dias antes das eleições, por difundir notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus.
“Não estamos dispostos a permitir” que sejam “partilhadas informações falsas nas nossas plataformas sobre a covid-19 que possa causar danos físicos iminentes”, disse, na altura, um porta-voz do Facebook.
Palco para fake news?
Desde o início da pandemia, a rede social mostrou-se proactiva no combate à desinformação ligada à covid-19, o que não a impede de ser alvo de críticas de muitas organizações, que consideram o Facebook um “palco” de disseminação de informação falsa ou incorrecta.
Por exemplo, a plataforma de cidadania mundial Avaaz apontava, em Agosto, que o algoritmo do Facebook tinha “ajudado” a que as redes que difundem desinformação sobre saúde alcançassem 3.800 milhões de visualizações estimadas durante o último ano.
Em 17 de Março, a rede social liderada por Mark Zuckerberg informou que estava focada em três áreas principais no âmbito da pandemia: conectar as pessoas com informações precisas e recursos úteis, limitar a desinformação e o conteúdo nocivo e apoiar os especialistas de saúde, a nível global.
Cerca de 10 dias depois, o Facebook anunciava a disponibilização em Portugal do seu Centro de Informação sobre a covid-19 (Covid-19 Information Center), que inclui actualizações em tempo real, e a doação de um milhão de dólares à rede internacional de verificação de factos (International Fact-Checking Network) para expandir a presença no WhatsApp, para que as pessoas pudessem submeter rumores que encontrem aos “fact-checkers”.
Em Maio, a rede social já tinha direccionado mais de 2.000 milhões de pessoas para recursos das autoridades de saúde do seu Centro de Informação Covid-19 e pop-ups no Facebook e no Instagram, segundo a quinta edição do Relatório de Aplicação dos Padrões da Comunidade.
Em Junho, começou a partilhar informação sobre Portugal e outros países no mapa de sintomas da covid-19, lançado em Abril apenas para os Estados Unidos da América (EUA), que resulta de inquéritos aos seus utilizadores.
Além do combate à desinformação sobre a covid-19, o Facebook garante estar a lutar em outras frentes como o discurso do ódio, terrorismo, assédio, entre outros temas.
No que respeita ao bloqueio de contas falsas, o número desceu de 1,7 mil milhões no primeiro trimestre deste ano para 1,5 mil milhões no segundo trimestre.
“Continuamos a melhorar a nossa capacidade de detectar e bloquear tentativas de criar contas falsas. Estimamos que o nosso sistema de detecção nos ajude a prevenir milhões de tentativas de criar contas falsas todos os dias”, refere o Facebook no seu último relatório, que aponta para uma diminuição desde o primeiro trimestre de 2019.