Cláudia Dias está no cimo de uma estrutura, uma plataforma, que a eleva uns quantos passos acima do chão. Não está num ponto alto o suficiente para que olhe o resto da humanidade com sobranceria ou desligada dos seus destinos; mas guarda uma distância do solo que lhe permite – acompanhemo-la nesta intenção artística – ver o futuro. Cláudia Dias aparece-nos enquanto “pitonisa do século XXI”, descreve a própria em conversa com o Ípsilon. No início do processo de criação de Sexta-Feira: O Fim do Mundo... ou Então Não, numa troca de ideias com o dramaturgo Jorge Louraço Figueira, escolheu “trabalhar sobre a ideia de oráculo”, antecipando um futuro pejado de catástrofes e hecatombes. Toda uma panóplia de acontecimentos que nos são bastamente familiares, das alterações climáticas à digitalização do trabalho, do capitalismo artístico à ameaça nuclear e à ascensão dos novos movimentos fascistas.
Opinião
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