Donald Trump ficou a um passo de dizer que perdeu as presidenciais
Numa declaração na Casa Branca sobre a covid-19, o Presidente dos EUA anunciou que não haverá confinamento durante o seu mandato. “Eu não o farei. (...) Quem sabe qual será a próxima Administração”, disse Trump, que espantou os jornalistas por ter o cabelo grisalho e não louro, como de costume.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficou a um passo de admitir que perdeu as eleições presidenciais de 3 de Novembro, ao falar na Casa Branca sobre a pandemia, na sexta-feira à noite. Trump dizia aos jornalistas que “em circunstância alguma” decretaria o confinamento, quando sugeriu que a partir de 20 de Janeiro pode haver uma decisão diferente com outra Administração.
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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ficou a um passo de admitir que perdeu as eleições presidenciais de 3 de Novembro, ao falar na Casa Branca sobre a pandemia, na sexta-feira à noite. Trump dizia aos jornalistas que “em circunstância alguma” decretaria o confinamento, quando sugeriu que a partir de 20 de Janeiro pode haver uma decisão diferente com outra Administração.
“Idealmente não vamos entrar em confinamento”, disse o Presidente aos jornalistas no Rose Garden da Casa Branca. “Eu não o farei — esta Administração não vai começar um confinamento. Esperemos que... aconteça o que acontecer no futuro, quem sabe qual será a próxima Administração. Só o tempo o dirá. O que vos posso dizer é que, com esta Administração, não há confinamento”, disse o Presidente.
Trump terminou o que deveria ter sido uma conferência de imprensa sem aceitar responder a perguntas.
Donald Trump adoptou uma estratégia de combate à covid-19 criticada por ser demasiado branda, sem medidas concertadas a nível nacional para evitar a propagação do vírus SARS-CoV-2 — nunca defendeu o distanciamento social ou o uso de máscara, tendo ele próprio ficado infectado. O país tem 11 milhões de pessoas infectadas com o coronavírus, tendo na sexta-feira registado mais 181.194 novos casos e tido mais 1384 mortes (num total de 249.998). O número de recuperados está perto dos sete milhões.
O Presidente estava a ser criticado por, desde a eleição presidencial, a 3 de Novembro, ter esquecido a pandemia, na sua tentativa de reverter a vitória do candidato do Partido Democrata, Joe Biden, que toma posse a 20 de Janeiro. A sessão no jardim das rosas serviu para fazer um ponto de situação dos esforços para criar uma vacina e ao lado de Trump estiveram o vice-presidente Mike Pence e a coordenadora da equipa para o combate ao coronavírus, Deborah Birx.
Trump disse que a vacina vai estar disponível para toda a população em Abril e que “muito em breve” haverá uma autorização para o uso da vacina da Pfizer — a empresa anunciou que na semana que vem divulgará novos dados sobre a segurança da vacina e que poderá então fazer o pedido de autorização para o seu uso.
Mas ao dizer que a vacina pode não chegar ao estado de Nova Iorque, abriu uma polémica com o governador, Andrew Cuomo. “Em Abril, a vacina vai estar disponível para a população em geral, com excepção de lugares como o estado de Nova Iorque onde, por motivos políticos, o governador decidiu dizer [outra coisa] e acho que isso é mau do ponto de vista da saúde. Ele não acredita na vacina”, disse Trump, referindo-se a comentários feitos por Cuomo em Setembro, quando, depois de Trump anunciar que haveria uma vacina antes das presidenciais, expressou dúvidas sobre a segurança do medicamento que o Presidente estava a apressar com fins eleitoralistas.
“Nada do que ele disse é verdade, estamos ansiosamente à espera de uma vacina” aprovada pelas devidas autoridades de saúde, respondeu Cuomo.
As declarações públicas de Trump, as primeiras desde as eleições — e quando a autoridade federal eleitoral já disse que as presidenciais foram as mais “seguras da História” dos EUA, derrubando qualquer possibilidade de o Presidente continuar a contestar os resultados —, mostraram um Presidente diferente do habitual.
Trump, que fez outra mudança de discurso em relação à covid-19, pedindo à população para ficar “vigilante, sobretudo à medida que o tempo fica mais frio”, apresentou-se aos jornalistas com o cabelo branco, e não louro como de costume. Os jornalistas assinalaram o facto nas notícias que publicaram sobre as declarações, mas as redes sociais encheram-se de comentários ao cabelo grisalho do Presidente. “Trump esqueceu-se de pintar o cabelo, está cheio de cinzentos”, escreveu uma pessoa no Twitter. Outra ainda: “Aparentemente, o cabeleireiro de Trump admitiu a derrota antes dele.”