PSD-Porto pede a Costa para substituir Marta Temido e Graça Freitas

Presidente da distrital diz que a actuação da ministra da Saúde e da directora-geral da Saúde” tem sido politicamente penosa ao longo dos últimos meses. E fala de ”descoordenação, falta de capacidade e discurso contraditório” por parte do ministério.

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Alberto Machado preside à distrital do PSD-Porto, a maior estrutura do partido Nelson Garrido

A distrital do PSD-Porto pede ao primeiro-ministro que substitua a ministra da Saúde, Marta Temido, e a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, com o argumento de que “tudo tem corrido mal” na segunda vaga da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

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A distrital do PSD-Porto pede ao primeiro-ministro que substitua a ministra da Saúde, Marta Temido, e a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, com o argumento de que “tudo tem corrido mal” na segunda vaga da pandemia provocada pelo novo coronavírus.

“Ao longo dos últimos meses tem sido politicamente penosa a actuação da senhora ministra e da directora-geral da saúde. Das conferências de imprensa contraditórias à má gestão da pandemia. Da falta de planeamento e de organização da segunda vaga ao caos instalado no Serviço Nacional de Saúde. Tudo tem corrido mal. E não tinha de ser assim”, diz a distrital do PSD–Porto, em comunicado divulgado na tarde desta sexta-feira.

Dois dias depois de o Conselho Estratégico Nacional da direcção de Rui Rio ter divulgado um pacote de propostas para o controlo e gestão da saúde no contexto da convid-19, o PSD faz pressão e pede a demissão da ministra da Saúde e da directora-geral da Saúde, com o argumento de que “é por demais evidente o descontrolo do Governo, em particular do Ministério da Saúde que se encontra “à deriva, já sem capacidade de decisão e sem estratégia”.

O comunicado, assinado pelo presidente da distrital, Alberto Machado, pronuncia-se sobre as medidas anunciadas pelo Governo, para dizer que elas “reflectem o alijar das responsabilidades do Estado, colocando-as sobre os portugueses e as suas empresas”. Para o PSD, as medidas em causa “limitam a vida das famílias e da actividade económica que ‘correm atrás do prejuízo’ quando o Governo não foi capaz de adoptar medidas que disciplinem e obriguem o próprio Estado a cumprir o seu dever de liderar o país”.

Elencando um conjunto de medidas sanitárias que o Governo não providenciou (nas escolas, nos transportes públicos) para travar a disseminação da pandemia, o PSD-Porto denuncia a “incapacidade” do executivo em ouvir os especialistas e tomar decisões em função da componente técnica e cientifica. E aproveita para criticar as “decisões tardias”, como, por exemplo, o uso obrigatório de máscara. O comunicado sublinha, a este propósito, que o Governo “ainda não teve coragem política para tornar obrigatórias a medição da temperatura no acesso a locais de trabalho e escola, por exemplo”.

Para os sociais-democratas, “vem tarde a testagem massiva nos lares, nas escola e hospitais. Vem tarde o acordo com o sector hospitalar social e privado. E vem tarde a mobilização dos funcionários públicos e dos militares para apoiar os rastreios das cadeias de transmissão”.

Alberto Machado aponta o dedo “à falta de capacidade do Ministério da Saúde em gerir a crise” e ao “discurso contraditório” que, sublinha, teve esta sexta-feira “mais um ponto alto: “a senhora directora-geral da Saúde afirmou que ‘algumas pessoas vão ficar sem a vacina da gripe’, quando ainda nem há um mês a senhora ministra da Saúde dizia que não iriam faltar vacinas. A descoordenação e a ignorância da real situação estão, agora, ainda mais à vista de todos”.

Argumentando que “esta irresponsabilidade causa ansiedade perturbação nas pessoas”, a distrital social-democrata considera a situação “inadmissível num Governo que teve todas as condições para agir em tempo oportuno”. Perante “esta irresponsabilidade”, Alberto Machado diz não ver “outra solução que não a substituição da ministra da Saúde e da senhora directora geral da Saúde. A bem da saúde dos portugueses (física e mental!)”, conclui o comunicado.