O que vestiram Kamala Harris e Jill Biden? A primeira elogiou os direitos das mulheres, a segunda a moda americana
A vice-presidente eleita vestiu de branco numa homenagem às sufragistas. Já a futura primeira-dama sublinha a importância das marcas norte-americanas. Ambas optaram por designers imigrantes.
Na noite em que os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos da América deram a vitória a Joe Biden e Kamala Harris, o presidente e vice-presidente eleitos falaram ao mundo e a vontade de marcar a diferença foi notória, afirmando-se, por exemplo, pela escolha do vestuário de Kamala Harris e da futura primeira-dama, Jill Biden. Ambas optaram por um guarda-roupa composto por peças de marcas americanas fundadas por designers imigrantes Carolina Herrera e Oscar de la Renta.
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Na noite em que os resultados das eleições presidenciais dos Estados Unidos da América deram a vitória a Joe Biden e Kamala Harris, o presidente e vice-presidente eleitos falaram ao mundo e a vontade de marcar a diferença foi notória, afirmando-se, por exemplo, pela escolha do vestuário de Kamala Harris e da futura primeira-dama, Jill Biden. Ambas optaram por um guarda-roupa composto por peças de marcas americanas fundadas por designers imigrantes Carolina Herrera e Oscar de la Renta.
Kamala Harris é a terceira mulher candidata ao cargo de “vice” nas eleições presidenciais, contudo, até à data, é a primeira a conseguir chegar ao poder. A vitória do partido aconteceu, então, em diversas frentes. Trata-se da primeira mulher a ser vice-presidente e não só: é uma mulher com ascendência jamaicana e indiana. Dedicada à luta pelos direitos da mulher, subiu a palco, no sábado à noite, vestida por Carolina Herrera, uma designer venezuelana. Contudo, a escolha não foi feita ao acaso. Kamala Harris envergou um fato branco, a cor basilar do movimento sufragista, aliando assim a sua eleição à luta pelos direitos das mulheres.
No seu discurso, a vice-presidente eleita realçou todo o trabalho e luta desempenhados por “mulheres negras, asiáticas, brancas, latinas e nativas americanas” que abriram caminho para que esta eleição acontecesse. No seu entender, foram “mulheres que lutaram e se sacrificaram pela igualdade, liberdade e justiça para todos”. O branco tem sido usado pelas democratas, com alguma frequência, como em Março de 2017, quando Donald Trump discursou pela primeira vez na Câmara dos Representantes, ou em Fevereiro passado, quando assinalaram o 100.º aniversário do voto feminino durante o discurso do Estado da União.
Fundado em 1913, o National Women's Party, uma organização política americana, adoptou o branco, o dourado e o roxo como cores representantes da luta. O branco foi definido como “símbolo da pureza” e Kamala Harris usou-o como grito de revolta. Já Geraldine Ferraro, a primeira mulher a concorrer ao cargo de vice-presidente na América do Norte, vestiu-se de branco em 1984 quando aceitou a nomeação pelo Partido Democrata. Hillary Clinton na corrida para as presidenciais em 2016 também optou por utilizar diversas peças brancas nas aparições a público.
Como eco da luta sufragista nos EUA, Kamala Harris disse no discurso: “Esta noite [7 de Novembro de 2020], reflicto a luta, determinação e força da visão de todas as mulheres.”
Jill Biden também se alia à luta
A futura primeira-dama optou por um vestido Oscar de la Renta, um designer de origem dominicana. Jill Biden subiu a palco na noite de 7 de Novembro, em Wilmington, Delaware, com um vestido preto assimétrico, bordado com flores e com o acessório do ano — uma máscara preta simples. Embora seja da marca criada por Oscar de la Renta, desaparecido em 2014, o vestido foi desenhado e produzido por Laura Kim e Fernando Garcia, ex-alunos do designer. De acordo com revista Harper's Bazzar, o vestido já esgotou no The Outnet.
O estilo pelo qual Jill Biden se demarca tem como precedente o da amiga e ex-primeira-dama, Michelle Obama. Quando em 2008, Michelle subiu a palco para apoiar Barack Obama na eleição para presidente dos EUA, deu início a uma nova tendência, a de apoiar o talento americano e, mais especificamente, o dos designers de minorias étnicas. Já Melania Trump vestiu sempre o que quis, fossem criadores norte-americanas ou não.
Texto editado por Bárbara Wong