Houve 400 incidentes com alunos na homenagem a professor assassinado em França
O ministro da Educação avisa: todas as “violações” ao minuto de silêncio em homenagem a Samuel Paty podem originar sanções disciplinares ou mesmo processos judiciais.
Na homenagem realizada na segunda-feira nas escolas francesas ao professor Samuel Paty, assassinado por um jihadista em 16 de Outubro, houve cerca de 400 incidentes com estudantes - o minuto de silêncio foi quebrado e aconteceram “coisas sérias" -, alguns dos quais terão de responder à justiça.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na homenagem realizada na segunda-feira nas escolas francesas ao professor Samuel Paty, assassinado por um jihadista em 16 de Outubro, houve cerca de 400 incidentes com estudantes - o minuto de silêncio foi quebrado e aconteceram “coisas sérias" -, alguns dos quais terão de responder à justiça.
O ministro da Educação, Jean-Michel Blanquer, revelou estes números numa entrevista à estação RTL e insistiu que todas as “violações” ao minuto de silêncio em homenagem ao professor darão origem a possíveis sanções disciplinares ou mesmo processos judiciais.
“Dissemos que o minuto de silêncio deveria ser observado em todos os lugares e que nenhuma violação seria aceite”, lembrou Blanquer para justificar agora as acções contra os alunos responsáveis por esses “distúrbios”.
“Cerca de uma dúzia”, referiu, vai responder a processos judiciais, pois “houve coisas particularmente sérias”, como apologia ao terrorismo.
Samuel Paty foi decapitado ao deixar a escola onde leccionava por um jovem russo-checheno de 19 anos, refugiado em França, que soube da campanha lançada nas redes sociais contra o professor por ter mostrado aos seus alunos a polémica caricatura de Maomé numa aula dedicada à liberdade de expressão.
A partir deste ataque, o Governo francês decidiu reforçar o ensino do laicismo nas escolas com novos métodos pedagógicos a partir deste ano e mudanças mais profundas a partir do próximo.
Em Janeiro de 2015, o minuto de silêncio nas escolas após o atentado terrorista contra a redacção do jornal satírico Charlie Hebdo, que também ocorreu devido às caricaturas de Maomé, também gerou actos de irreverência por parte dos alunos que geraram polémica política.