Ministério da Economia na mira de investigação do Ministério Público
A Procuradoria-Geral da República garante que neste momento “não há arguidos constituídos” e não confirma que investigação esteja relacionada com os projectos do hidrogénio.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ao PÚBLICO que está em curso uma investigação que envolve o ministério da Economia, mas sublinha que não existem arguidos e que estas averiguações estão em segredo de justiça.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ao PÚBLICO que está em curso uma investigação que envolve o ministério da Economia, mas sublinha que não existem arguidos e que estas averiguações estão em segredo de justiça.
Esta quinta-feira, a revista Sábado avançou que o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, e o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba estão a ser investigados num processo que averigua “indícios de tráfico de influências e de corrupção, entre outros crimes económico-financeiros”. A Sábado revela ainda que os governantes “são suspeitos de favorecimento do consórcio EDP/Galp/REN no milionário projecto do hidrogénio verde para Sines”.
Pedro Siza Vieira e João Galamba “estão sob apertada vigilância das autoridades judiciais e policiais porque fazem parte do grupo de alvos principais num inquérito-crime”, acrescenta a revista.
Ao PÚBLICO, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que “se confirma apenas a existência de um inquérito a correr termos no DCIAP. O mesmo encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça”. Mas a procuradoria não avança mais informações sobre o processo. O PÚBLICO perguntou ainda se esta investigação está ou não ligada aos projectos de hidrogénio do Governo, mas a PGR disse não poder dar mais informações.
A revista escreve que a investigação criminal terá nascido de “uma denúncia canalizado no ano passado ao MP, que alertava essencialmente para suspeitas de favorecimento de grupos empresariais naquele que é seguramente o maior investimento financeiro público lançado pelos dois governos liderados por António Costa: o plano nacional do hidrogénio”.
A Lusa contactou tanto o Ministério da Economia como o do Ambiente que disseram que ambos os governantes desconhecem a existência de qualquer investigação. A mesma resposta foi dada pela Galp e pela EDP e aguarda uma resposta da REN.
A estratégia nacional para o hidrogénio foi aprovada em Maio deste ano e que prevê investimentos de 7 mil milhões de euros “no horizonte 2030”, levando a uma redução da importação de gás natural de 300 a 600 milhões de euros. O Governo aprovou para consulta pública a Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), com o objectivo de “introduzir um elemento de incentivo e estabilidade para o sector energético”, segundo o comunicado do Conselho de Ministros.
A EN-H2 contempla um grande projecto em Sines, que custará entre quatro a 4,5 mil milhões de euros dos sete milhões, sendo o restante valor dividido por unidades mais pequenas, disse o ministro, explicando que dessa verba 85% será investimento privado. Com Lusa