Fundo para Associativismo apoia 97 entidades, mas 800 mil euros não chegaram para todos dos pedidos

Câmara do Porto vai ajudar quatro vezes mais entidades do que na última edição. Mas os pedidos superaram largamente a capacidade de apoio

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Associação Mutualista Benéfica e Previdente foi uma das apoiadas na edição de 2020 PAULO PIMENTA

O Fundo de Apoio ao Associativismo da Câmara do Porto recebeu 228 candidaturas e vai apoiar 97 entidades. São quase quatro vezes mais do que as ajudadas na última edição (24), mas apesar da duplicação do orçamento - de 400 para 800 mil euros - a verba continua a revelar-se insuficiente para auxiliar todos os que pedem ajuda. 

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O Fundo de Apoio ao Associativismo da Câmara do Porto recebeu 228 candidaturas e vai apoiar 97 entidades. São quase quatro vezes mais do que as ajudadas na última edição (24), mas apesar da duplicação do orçamento - de 400 para 800 mil euros - a verba continua a revelar-se insuficiente para auxiliar todos os que pedem ajuda. 

Na segunda edição deste fundo, que partiu de uma proposta da CDU, o júri, presidido mais uma vez pelo historiador Helder Pacheco, decidiu transferir cerca de 34 mil euros dos eixos da Cultura e da Animação e da Juventude e Ambiente para o Desporto, por esta categoria ter sido a segunda área com mais procura e os anteriores terem recebido propostas que não perfaziam o montante total atribuído.

Essa transferência de verba e a escolha das entidades a apoiar vão ser votadas na reunião de executivo da próxima segunda-feira.

Dos quatro eixos de intervenção nos quais o Fundo foi organizado, foi o da Coesão Social aquele que mais pedidos de ajuda teve, com um total de 80 entidades. Em candidaturas onde o apoio solicitado não se destinava a realização de obras, o júri deu prioridade, por exemplo, a quem pediu apoios para alimentação, auxílio a pessoas isoladas para compras e medicação, apoio psicológico a idosos ou brigadas relacionadas com o combate à covid-19.

Ao perceber que a verba do fundo seria insuficiente, o júri deliberou ainda atribuir às candidaturas a projecto de infra-estruturas com pontuação igual a 100% um apoio de 49% do valor solicitado, diminuindo esta percentagem à medida que a classificação baixava também.

Em 2019, e perante a insuficiência das verbas para apoiar todas as candidaturas recebidas (90), Helder Pacheco deixou um pedido no hemiciclo portuense: “A câmara deve continuar e ampliar este esforço de apoio ao associativismo.” Assim também o havia dito a deputada comunista Ilda Figueiredo, pedindo que os 400 mil previstos em 2019 subissem para um milhão. Rui Moreira acabaria por apresentar uma proposta que duplicou o valor da primeira edição.

Entre os apoiados de 2020, estão, por exemplo, a Associação Mutualista Benéfica e Previdente (que teve, na primeira vaga da pandemia, um projecto de apoio a infectados e pediu agora ajuda para prosseguir com a ideia), a Associação dos Albergues Nocturnos (para obras e criar uma galeria de arte inclusiva), Escola de Futebol Hernâni Gonçalves (projecto de criação de uma equipa de futebol feminino), a Cooperativa Árvore, a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto ou a Universidade Popular do Porto.