Editoras de 44 países com apoio à tradução de mais de 150 obras de língua portuguesa
Esta é a primeira edição da Linha de Apoio à Tradução e Edição (LATE) de autores de língua portuguesa.
Mais de 150 projectos editoriais de editoras de 44 países vão ser apoiados pela Linha de Apoio à Edição e Tradução da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Camões Instituto, foi nesta terça-feira anunciado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Mais de 150 projectos editoriais de editoras de 44 países vão ser apoiados pela Linha de Apoio à Edição e Tradução da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) e do Camões Instituto, foi nesta terça-feira anunciado.
Os 152 projectos editoriais, submetidos por editoras de 44 países, foram seleccionadas para receber apoio no âmbito da primeira edição da Linha de Apoio à Tradução e Edição (LATE) de autores de língua portuguesa, de acordo com uma nota conjunta do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua e da DGLAB.
Estes números representam um “crescimento de cerca de 40% face ao anterior mecanismo dirigido à internacionalização de autores portugueses e de língua portuguesa”.
As editoras de países como Itália (14 candidaturas), Espanha (nove), França (sete) ou Croácia (10) continuam a assumir forte presença no programa, mas verificou-se um crescimento de candidaturas de países da América Latina, como a Colômbia (oito candidaturas), o México (10) e a Argentina (oito). Para a DGLAB e o instituto Camões, este facto pode estar associado ao “investimento que tem vindo a ser feito na presença de autores em eventos de promoção do livro e da literatura”, naqueles países.
Além disso, regista-se pela primeira vez a presença de editoras de países como África do Sul, Estónia, Irão, Moldávia e Paraguai, entre as editoras que tiveram projectos seleccionados pela comissão técnica da LATE, “o que revela o interesse crescente que a literatura e os autores de língua portuguesa despertam junto de novos públicos”, afirma o comunicado, acrescentando que “são muitos os autores cujas obras serão traduzidas e/ou editadas no estrangeiro” no âmbito deste apoio.
Fernando Pessoa, que conta com 13 projectos editoriais, José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares, com oito, António Lobo Antunes, com cinco, e José Saramago, com quatro, figuram entre os 87 autores (12 dos quais de países africanos de língua portuguesa) cuja obra literária traduzida passará a contar com novos títulos.
A DGLAB e o instituto Camões sublinham que 13 das candidaturas submetidas e aprovadas fazem parte da lista de obras e autores que foi constituída pela Comissão Técnica da LATE para o biénio 2020-21, no âmbito da criação de um acervo referencial de autores e obras traduzidos e editados.
“Desse lote fazem parte obras de escritores já com um assinalável percurso literário como Lídia Jorge (cuja obra Os Memoráveis passará a contar com edições em espanhol e eslovaco) ou Maria Velho da Costa, de clássicos como António Sérgio, Antero de Quental ou Camilo Pessanha (será apoiada a tradução de Clepsydra para inglês, russo e italiano), mas também escritores das novas gerações como Yara Monteiro (será apoiada a tradução e a edição de Essa dama bate bué! na África do Sul e em Itália) ou Djaimila Pereira de Almeida (cuja obra Luanda, Lisboa, Paraíso irá ser traduzida para espanhol, no Chile)”.
Entre as 28 línguas das diversas candidaturas, o espanhol lidera, com 42 títulos, seguido do italiano (16), do inglês (15) e do croata (nove).
A par do crescimento no número de línguas europeias para que remete a maioria das candidaturas (21, com novas línguas como o albanês ou o estónio), verifica-se o aumento de línguas de outros contextos geográficos como o tailandês, o coreano ou o farsi.
Outra novidade da LATE é que o programa “passará a complementar o apoio concedido à tradução e/ou edição com a aquisição de exemplares de várias das obras, tendo em vista a constituição de acervos bibliográficos de literatura em língua portuguesa traduzida”, nas redes externas do instituto Camões, como os Leitorados, os Centros de Língua ou as Cátedras.
Neste âmbito, o Camões vai adquirir, nesta primeira edição, exemplares adicionais de cerca de 50 dos títulos que irão receber apoio da LATE, num total de mais de 700 exemplares, contemplando 22 das línguas presentes.
O comunicado recorda ainda que, para o alemão, e tendo por referência a participação de Portugal como país convidado na Feira de Leipzig 2021, a DGLAB e o Camões lançaram, no corrente ano, uma linha especial para aquela língua, de que resultou o apoio à tradução e/ou edição de cerca de quatro dezenas de projectos editoriais, já em curso.
A comissão técnica da LATE reúne, além do instituto Camões e da DGLAB, representantes da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL).