Bolsa norte-americana impulsiona i3S a avançar com terapia para doença infantil rara
Equipa da investigadora Elsa Logarinho identificou um composto de rejuvenescimento celular.
A distinção de uma fundação norte-americana para o tratamento de uma doença infantil rara vai permitir aos investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) iniciarem a validação “pré-clínica” de um composto de rejuvenescimento celular como terapia.
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A distinção de uma fundação norte-americana para o tratamento de uma doença infantil rara vai permitir aos investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) iniciarem a validação “pré-clínica” de um composto de rejuvenescimento celular como terapia.
O instituto da Universidade do Porto avança em comunicado que a descoberta, liderada por Elsa Logarinho, de um composto de rejuvenescimento celular foi premiada com uma bolsa da Fundação de Investigação da Progeria, organização norte-americana dedicada a encontrar tratamentos e a cura para a progeria. A descoberta do composto foi publicada em Maio na revista científica EMBO Reports.
A progeria é uma doença rara de envelhecimento acelerado com manifestação precoce na infância e que provoca morte prematura, maioritariamente devido a doença cardíaca.
A distinção, no valor de 150 mil euros, vai permitir à equipa de investigadores do i3S “iniciar a validação pré-clínica da primeira estratégica farmacológica de rejuvenescimento celular baseada na correcção da instabilidade genómica”, característica que está na base do envelhecimento precoce dos doentes. Recentemente, a equipa de Elsa Logarinho provou existir uma relação entre o envelhecimento e a instabilidade cromossómica, o aumento da frequência de erros na transmissão de cromossomas durante a divisão celular.
“O objectivo é validar o composto como uma terapia antienvelhecimento”, explica Elsa Logarinho, citada no comunicado. Nesse sentido, a equipa vai “estudar o mecanismo de acção desta estratégia farmacológica, recorrendo a células isoladas a partir de pacientes com progeria, caracterizar as propriedades farmacocinéticas do composto e testar o efeito do tratamento no modelo animal da doença, com particular foco nas doenças cardiovasculares, que determinam a mortalidade prematura da patologia”.
A co-fundadora e directora médica da Fundação de Investigação da Progeria, Leslie Gordon, afirma estar “extremamente” entusiasmada com o trabalho de investigação da equipa de Elsa Logarinho. “Aguardamos as novas descobertas da equipa no sentido de compreender, tratar e curar crianças com progeria”, destacou.