Primark não se vai aventurar no online apesar da elevada quebra em loja por culpa da pandemia
Marca só vende em lojas físicas por considerar o modelo online inviável dado o preço das peças.
A Associated Brithis Foods (AB Foods), corporação que detém a Primark, anunciou que não está nos seus planos criar uma plataforma de venda online para a gigante do vestuário apesar da quebra de 63% nos lucros anuais devido às diferentes medidas de confinamento impostas por todo o mundo causadas pela pandemia de covid-19.
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A Associated Brithis Foods (AB Foods), corporação que detém a Primark, anunciou que não está nos seus planos criar uma plataforma de venda online para a gigante do vestuário apesar da quebra de 63% nos lucros anuais devido às diferentes medidas de confinamento impostas por todo o mundo causadas pela pandemia de covid-19.
Ao longo da última década, a Primark, que só comercializa em lojas físicas, tem sido um dos ramos que mais rapidamente tem crescido dentro da britânica AB Foods, um grupo que também detém negócios nas áreas da agricultura e de produtos de supermercado.
Contudo, a pandemia abalou as contas da marca de moda, com os lucros do ano a ficarem-se nos 362 milhões de libras (cerca de 402 milhões de euros) até meados de Setembro, uma queda face ao valor de 969 milhões de libras (perto de 1,08 mil milhões de euros) em 2018/2019, um reflexo do encerramento das lojas por toda a Europa face aos sucessivos períodos de confinamento.
A Primark não vende online por não considerar o modelo viável dado o preço dos seus produtos. Para George Weston, CEO da AB Foods, essa forma de pensar não mudou e afirma que a marca respondeu bem à reabertura das lojas, concretizando dois mil milhões de libras (2,2 mil milhões de euros) em vendas até 12 de Setembro. Acrescenta, também, que têm sido bem recebidas as lojas recém-abertas em novos mercados, com ênfase na aposta nos Estados Unidos.
“Acho que a pandemia veio mostrar sobretudo a força da Primark, mais do que as suas fraquezas”, analisa Weston em declarações à Reuters. “O que temos visto com a Primark é que quando as pessoas têm possibilidade de comprar, preferem fazê-los nas lojas, connosco, do que online”, acrescenta.
O CEO afirma também que mais de metade dos clientes habituais da Primark não fizeram de todo compras na Internet durante o confinamento, preferindo esperar pela reabertura dos espaços comerciais. “Acho que esse é um dado estatístico muito tranquilizador”, avalia.
A marca de vestuário apontou nesta segunda-feira que uma segunda vaga de confinamentos traria consigo um prejuízo de 375 milhões de libras (cerca de 417 milhões de euros) nas vendas, mas, ainda assim, espera que os totais das vendas e de lucros no final do período entre 2020 e 2021 sejam superiores aos do ano anterior.